sábado, 30 de junho de 2012

O que você achou do "III◦ Salão de Leitura de Niterói"?



Terminado neste sábado o evento literário que ocupou o Teatro Popular de Niterói, e que trouxe em sua programação grandes nomes das letras e da música brasileira, só se ouve uma pergunta: “O que você achou do III◦ Salão de Leitura de Niterói?”
A postagem de hoje é aberta ao registro de comentários, elogios, sugestões, críticas, agradecimentos, trocas de impressões etc.

Adicionalmente, oferecemos alguns registros da participação da Academia Niteroiense de Letras no evento.


Vista geral do Teatro Popular de Niterói, no Caminho Niemeyer

Teatro Popular de Niterói palco do "III Salão de leitura de Niterói"

"Bookgate"


Os acadêmicos Wanderlino Teixeira Leite Netto e Luiz Antonio Barros
no stand da Academia Niteroiense de Letras (no melhor estilo "men at work").


Detalhes da decoração do stand da ANL 

idem

"Nosso pequeno castelo"

Acadêmicos Carlos Rosa Moreira e Franci M. Darigo

Wanderlino T. L. Netto, Heraldo Sousa (do Instituto Histórico Geográfico de Bom Jardim - IHGBJ) e Roberto Kahlmeyer-Mertens

Os acadêmicos da ANL Bruno Pessanha e Wanderlino Netto com Heraldo Sousa do IHGBJ

Vista geral do Salão

Luiz Antonio Barros, Gracinda Rosa da Costa e Renato A. Farias de Carvalho, acadêmicos da ANL

Renato Augusto, Gracinda Rosa e Kahlmeyer-Mertens

Nova visão do III Salão de Leitura de Niterói

Externa do Teatro Popular de Niterói

A vista da Baía de Guanabara na manhã de sábado dia 30/06/2012
(céu de brigadeiro!)

Vista da audiência

Graça Porto (da organização do III Salão de Leitura de Niterói), Luís Antônio Pimentel, Glória Blauth (Diretora da Biblioteca Pública de Niterói - BPN)

O Editor da Nitpress Luiz Augusto Erthal com o poeta e acadêmico Sandro Pereira Rebel

Erthal, Neide Barros, Kahlmeyer e Rebel

Mesa redonda na programação da Nitpress: "O legado da cultura fluminense".Da esquerda para a direita: Márcia Pessanha (Presidente da ANL), Waldenir de Bragança (Presidente da AFL), Luis Erthal (Nitpress), e os acadêmicos Luiz Antonio Barros e Roberto Kahlmeyer-Mertens. Kahlmeyer falou da reediçao de "Presença da cultura fluminense", de Horácio Pacheco.

Luiz Antonio Barros fala do seu livro "Viagem literária através do Estado do Rio de Janeiro"

Vista parcial da audiência

Programação da Academia Niteroiense de Letras, palestra de R. S. Kahlmeyer-Mertens: “A existenciologia como a fundamentação para uma estética holística, segundo A. Barcellos Sobral

idem

Interação da plateia após a conferência de Kahlmeyer

Vista da audiência

Roberto Kahlmeyer com a educadora Stella Kisse

Os professores Roberto Kahlmeyer-Mertens e Robert Preis (UFF)

Kahlmeyer e Preis no stand da ANL

Descontração diante do stand da ANL:
Em primeiro plano o casal Liane e Will Martins, ao fundo se identifica Antônio Soares (ASO) e Edel Costa

Acadêmicos da ANL e amigos: Robert Preis, Will Martins, Liane Arêas, Luiz Antonio Barros, Antônio Soares, Edel Costa, Gilson Rolim, Neide Barros Rego 

Roberto Kahlmeyer, Robert Preis, Liane Arêas, Luiz Antonio Barros, Aso, Edel, Gilson Rolim e Neide B. Rego, diante do stand da ANL

Vista do pórtico do Salão à noite (Foto de Alberto Araújo)





32 comentários:

  1. Especial, Roberto.

    A.

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  2. Cinthya Albuquerque Gremião30 de junho de 2012 às 22:14

    Puxa Kahlmeyer,

    vendo essas fotos do Salão e ouvindo a música que voce escolheu para ilustrar esta matéria, dá gosto ver a camaradagem bonita que existe entre as pessoas da Academia Niteroiense de Letras.
    Tive de leve uma invejinha boa de ver vocês tão felizes!

    Parabéns a todos pela participação no evento.

    Cinthya Albuquerque Gremião

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  3. Singela participação, Roberto...

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  4. SALÃO SE LEITURA -- A confraternização simpática e alegre de escritores e poetas -- sejam acadêmicos, cenaculistas e independentes ou autônomos -- com os demais intelectuais, editores e livreiros foi um dos pontos altos do 3º Salão de Leitura que marcou o mês de junho em Niterói. Outro acontecimento de destaque foi a série de conferências e palestras, com afluência de público interessado e participativo. Conquanto a localização de penoso acesso para os cidadãos comuns -- no tal "caminho Niemeyer"... -- pode-se considerar que a frequência popular não comprometeu a promoção. Valeu! ANTONIO SOARES (ASO)

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  5. OI TIO ROBERTO,

    EU AMEI O SALÃO DA LEITURA PARA MIM FOI MÁGICO. EU E MINHA MAMAEZINHA COMPRAMOS MUITOS LIVRO.

    COMPREI MUITOS LIVROS PARA COLORIR E MUITAS ESTORINHAS.

    GOSTEI DE VERDADE
    BEIJUS
    SUELEM

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    1. Para isso o Salão foi bom, né?
      Marcelo Lopes

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  6. Emmanuel de Macedo Soares1 de julho de 2012 às 09:02

    Doença de filho me impediu de chegar mais perto do III Salão de Leitura, que na verdade parece ter sido algo além disso, e melhor que isso, segundo vi pelo noticiário dos jornais. Deu para perceber que seus realizadores e organizadores conseguiram o que é mais importante em qualquer evento do gênero: a aproximação, sintonia e entrosamento do segmento ou comunidade cultural com o todo da sociedade. Até onde me lembro, isso não acontecia aqui desde o célebre Movimento Cultural Fluminense, de 1959, do qual o Luís Antônio Pimentel pode dar testemunho. Cultura Niterói sempre teve de sobra para mostrar, mas fechava-se em círculos de isolamento, justamente por falta de um canal de comunicação direta entre quem tem a dar e quem tem a receber os frutos do fazer cultural. As instituições ressecam e morrem por conta do enclausuramento. A Academia Niteroiense e as outras entidades que participaram desse evento, saindo de seus nichos para encontrar o povo na claridade do ar livre, com obras e trabalhos para mostrar, fizeram uma afirmação solene de que não querem ressecar nem morrer. E a resposta foi imediata e positiva, a ver pelo público que enfrentou os penosos caminhos de que fala o Antônio Soares para ver e aplaudir o que lá aconteceu. Foi um bom começo, e o prenúncio é de dias melhores, daqui para a frente, porque iniciativas desse gênero incentivam e entusiasmam principalmente essa gente nova que está produzindo, e produzindo com qualidade.

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  7. Para quem gosta de auto-ajuda e infanto-juvenil esteve tudo ótimo, tudo muito colorido! Mas para quem gosta de literatura para valer a coisa ficou fraca.
    A filhota foi quem gostou.

    Parabéns por sua palestra, Roberto!

    Abraços da Martha

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  8. Para ser sincera, fiquei por fora em termos de estímulo. Encontrei Cecchetti na Moreira César e falei com ele como me sentia sendo da cultura e não sabendo nada, não tendo nenhuma sugestão acerca dos eventos, etc...Cecchetti me falou que daria uma palestra sobre haicai e me disse o dia. Eis a única comunicação direta que tive do evento. Pensar que corro atrás pra divulgar cultura o tempo todo! Eta cidadezinha estranha. Recolho-me ou vou pra outras bandas?
    Belvedere

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  9. Esse 3ºSalão de Leitura foi muito fraco. Os dois anteriores foram bem melhores. Houve público nas palestras e eventos com as estrelas: Bethânia, Adriana Calcanhoto, Ruy Castro, Affonso Romano e Roberto da Matta e outros grandes que lá estiveram e levam público onde quer que estejam. No Salão, no interesse pelos produtos apresentados, o público teve escassa presença, havia "gatos pingados", mais curiosos do que qualquer outra coisa, chegou a ser desanimador. Nos meus plantões, dias 23, 25 e 27, a maior parte do público circulante entre os stands era gente de crachá no peito, ou seja, pessoas que estavam trabalhando ali. Houve algum problema com o planejamento desse 3º Salão. Acredito que um acontecimento cultural como esse deveria trazer muita gente, não há outra saída para um evento desse tipo, a não ser "acontecer", e esse 3º Salão não "aconteceu". Achei esse fato péssimo para a cidade.
    Carlos Rosa Moreira.

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    1. Sequer para divulgação recebi material. A gente percebe que o planejamento não foi o ideal.
      Belvedere

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    2. Gilson Rangel Rolim1 de julho de 2012 às 11:37

      Roberto,

      endosso na íntegra o comentário do Carlos Rosa.

      Não fosse comparecimento das crianças das escolas municipais, certamente para lá conduzidas, e o públco teria sido mais fraco ainda.

      Abç. Gilson

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  10. Roberto K.M.,
    concordo com os desalentadores comentários, mas é necessário que tais eventos devam prosseguir.Cultura
    também é mercadoria.Deve ser divulgada. Anunciada.
    Posta à venda.
    Compareci a três plantões pela ANL. Só vendi um (1) exemplar. E o comprador fui eu mesmo.
    Abraços do
    Luiz Calheiros.

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  11. Caro Roberto,
    que outra valia teve o Salão de Leitura a não ser dar oportunidade ao estreitamento de relação entre os plantonistas e os acadêmicos visitantes? E não apenas destes, mas também dos que ali estavam apenas literalmente em pensamento, nos livros em cima da mesa. Leitura picotada, é certo, pois nos momentos de silêncio (quando no meio da tarde a meninada esvaziva o Salão) - pegava-se uma obra aqui e outra ali, ensejando uma conversa indireta (espiritual?) com os confrades.
    A excursão a Friburgo e a Bom Jardim é uma boa. Inda mais se for mesclada com o canto de seresteiros.
    Em anexo, segue o conto solicitado.
    Um abraço,
    Bruno.

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  12. Ah, gente. Eu gostei!
    Eu vi até o show da Calcanhoto!

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  13. A imprensa vendida ainda divulgou que o Salão teve 90000 passoas! Os vendedores de livros estavam fulos e garantem que se teve 5000 foi muito!

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  14. Hahahahahah! Mais é CLARO que não houve noventa mim pessoas no Salão, isso é manipulação dos dados. Esta quantidade de gente, no ritmo que foi, eles não conseguiriam nem no mês inteiro!

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  15. Renato Augusto Farias de Carvalho1 de julho de 2012 às 16:01

    Caro Roberto, lastimo que não haja (pelo que se viu) pessoas mais competentes, ou com certo eufemismo, mais entusiasmadas, para o essencial trabalho de divulgação... Não se negue que deve ter concorrido, para realização do evento, um certo "ar" político: mas isso não é mal, desde que cada evento cumpra o seu objetivo, alcançando o público-alvo. Vendo-se a bela organização do seu Blog, tem-se uma idéia diferente da realidade. É pena... tudo estava arrumado para uma bela ocasião de movimento cultural na nossa cidade. Inegavelmente faltou organização, ou seja, movimentação interna anunciando os eventos... faltou DIVULGAÇÃO PRÉVIA, leve-se em conta a beleza do lugar, a visão da Guanabara etc. Entretanto para chegar-se até lá, a coisa era como já foi dito penosa... (total falta de indicação) Participei dos Salões anteriores, e meu parecer não me parece gratuito. Todavia, é preciso ressalvar o bom animo de todas as pessoas que trabalharam nos estandes, cuja paciência, confraternização e pontualidade marcaram um dos lados bons. Os palestrantes (poucos) souberam valorizar os temas escolhidos, tentando atrair um público, que afinal prestigiou com boa vontade. Resta perguntar aos Editores qual é, na sua opinião o resultado final. Por fim , agradeço aos confrades e às pessoas que conhecí por lá, os momentos de agradavél convivência. Parabéns aos palestrantes. Registro uma coisa bonita - o afetuoso trabalho das professoras com a criançada, que pode correr com visível satisfação, entre dezenas e dezenas de livros infantís. Outro belo registro - a sempre tocante presença de LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL.

    Sincero abraço Renato Augusto

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  16. Roberto,

    Houve um problema de comunicação.
    Meus irmãos foram na academia niteroiense de letras e estava fechada.
    Eles ficaram super tristes e nos também.
    Esperamos que tenha corrido tudo e na próxima com certeza, estaremos juntos.

    Abs,
    Christina

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  17. Roberto, de fato, a divulgação foi deficiente. Só quase ao término da semana, fiquei a par dos detalhes. Assim mesmo, já bem no "finalzinho", através do seu Blog, após ter-lhe solicitado informações.

    Não assisti à sua conferência, exatamente por ter ido parar em local errado, fechado! E olha que estava interessadíssima em ouvi-lo.
    Holismo e Unidade são temas atuais e tenho a certeza de que você os desenvolveu com a costumeira mestria.

    As fotos fixaram o momento. Mas as palavras voam...Gostaria de ler seu texto sintetizado neste Blog.
    Desejo também adquirir o livro do Sobral. Encontra-se à venda na Livraria Ideal?

    Além da sua fala, só tomei conhecimento dos outros encontros já após realizados.
    Contudo, apesar da falência na divulgação, Niterói está de parabéns! Será a nova Paraty.
    Valeu o ingente esforço de todos vocês, heroicos Paladinos da Literatura!

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  18. Caro professor/incentivador da cultura literária... posso apenas compartilhar minha satisfação por tão nobres eventos. Diria maravilhado: grato por esta efervescência de prazer pelo Belo! Mais uma vez, minha admiração.
    Um abraço. Mauro Nunes

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  19. Luiz Augusto Erthal (Nitpress) (parte I)5 de julho de 2012 às 10:26

    Encerrado no último sábado, 30 de junho, depois de nove dias de angústia e prejuízos para os seus expositores, o III Salão da Leitura de Niterói nos deixa uma triste lição de como não se deve organizar um evento literário. Reverberado pelo vazio dos corredores e estandes durante a maior parte do tempo, ecoa ainda hoje o protesto dos participantes que investiram tempo e dinheiro no evento, ao cabo do qual deixaram apressadamente o Caminho Niemeyer em sua maioria com a promessa de não mais voltar.
    A maior proeza dos organizadores - leia-se Fundação Municipal de Educação - ficou, porém, reservada ao balanço estatístico feito no final. Já vi, ao longo da vida, muita maquiagem de números, muito chute de estimativa de público em eventos e conglomerados humanos, mas nunca, confesso, com tanta cara-de-pau como a dos que anunciaram a presença de 90 mil pessoas no salão, conforme publicado em O Fluminense no dia 30 de junho e reafirmado na edição do dia 2 de julho.
    Curioso como o mesmo jornal publicara na terça-feira, dia 26, ou seja, quando a feira já se encaminhava para a sua metade, que “até ontem, mais de 2 mil pessoas já visitaram os estandes”. Como teria sido possível a visitação do salão ter dado um salto de mais de 4.000% na metade restante de sua temporada?!
    O público do evento foi composto basicamente pelos 6.400 alunos da rede que a Secretaria Municipal de Educação prometera levar (alegaram não ter condições de transporte para conduzir mais crianças, de forma que muitos alunos ficaram de fora). Público, mesmo, só nos eventos com os astros da música convidados pela curadoria (Maria Bethânia, Martinho da Vila, Luiz Melodia, Adriana Calcanhoto, Moraes Moreira…). Mesmo assim, cada aparição de um desses astros estava limitada à capacidade de 400 lugares do Teatro Popular, que não teve mais do que cinco ou seis atividades realmente concorridas dentro da programação.
    O delírio dos organizadores chegou ao ponto de afirmar, com esses números, que esta edição teria mais do que dobrado o público do II Salão da Leitura - que levou 40 mil pessoas ao Caminho Niemeyer em 2008, com forte presença de leitores de todas as idades e bons resultados para os expositores - ou chegado a quase uma sexta parte dos 600 mil participantes da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o maior evento do mercado editorial brasileiro.
    Vou dizer sem medo de errar e desafio que provem o contrário: este III Salão da Leitura de Niterói não recebeu mais do que 10 mil visitantes. A Nitpress foi a editora que programou o maior número de eventos da feira. Foram 14 atividades - entre lançamentos e relançamentos de livros, palestras, debates, saraus poéticos -, das quais duas não se realizaram por falta de público e em duas outras os participantes não conseguiram chegar, certamente porque o bloqueio dos ônibus por trás do Terminal Rodoviário João Goulart, no final das tardes, impedia a aproximação por carro, sem que houvesse qualquer esquema de trânsito para minorar o problema.
    Razões do fracasso
    O único dia em que vimos uma circulação um pouco maior de pessoas foi o último, sábado passado. Já era esperado. Aos poucos uma parte da população da cidade descobriu, pela propaganda boca-a-boca, que uma feira de livros estava acontecendo no Caminho Niemeyer, o que não foi anunciado devidamente pelos organizadores. Porém, já era tarde para salvar o salão do fracasso. Faltou divulgação - mídia urbana, principalmente, além de sinalização viária - mas faltou, sobretudo, articulação com as demais escolas, estaduais e particulares, e com as universidades, que ignoraram o evento por falta de informação. (Continua no próximo comentário)

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  20. Luiz Augusto Erthal (Nitpress) (parte II)5 de julho de 2012 às 10:31

    Mas o tom maior da inépcia ficou por conta da programação oferecida pela curadoria, confundindo música com leitura. Deveria, por sinal, ter-se chamado salão da música, e não da leitura, tantas foram as atrações com astros musicais que, eventualmente, podem ter publicado livros, mas não são escritores de ofício. Ora, uma feira de livros é, essencialmente, um evento do mercado literário, que possui o objeto central da leitura - o livro. Para que esse evento seja bem sucedido, é fundamental buscar o público leitor, atraído pelos livros, não necessariamente o mesmo mobilizado pelos artistas.
    Outro grave pecado da curadoria foi o desapreço demonstrado pela literatura fluminense e a rica produção editorial de Niterói, com seus mais de 300 escritores em atividade, Luís Antônio Pimentel à frente, no auge dos seus 100 anos de idade. Fiquei chocado ao perceber, ao cruzar pelo curador, que ele desconhecia Pimentel, que caminhava ao meu lado para participar de um evento que organizamos em sua homenagem, no primeiro sábado da feira. Se o conhece, a constatação, então, é pior; despreza-o, a julgar pela indiferença - refletida na programação - demonstrada diante do mestre centenário, introdutor do haicai no Brasil e um dos maiores nomes da nossa literatura contemporânea.
    (Faço um parêntesis para revelar que ofereci aos organizadores a peça “12 dias com Leviana”, de Luís Antônio Pimentel, adaptada e produzida por mim em março, no Teatro Municipal de Niterói, para ser encenada no Teatro Popular, dentro da programação oficial do III Salão da Leitura; e, mesmo tendo, eu e Pimentel, aberto mão de nossos direitos, a oferta foi recusada sob a alegação de não haver verba para a montagem.)
    Não por acaso, farejando o prejuízo certo, as principais editoras desconfiaram e declinaram do convite para participar do salão. A única dentre as de maior porte presente foi a paulista Melhoramentos, certamente movida menos pelas expectativas da feira e mais pelo pragmatismo comercial. Afinal, foi a única editora que abocanhou, sozinha, em 2009, um fornecimento para a Secretaria Municipal de Educação de Niterói, com dispensa de licitação, de mais de 110 mil livros, com valor superior a R$ 2,8 milhões (Processo 210/4729/2009).
    A maioria dos estandes foi ocupada por distribuidores e editoras de livros infantis com atuação especializada em feiras, que oferecem material de baixo custo e de duvidosa qualidade, sempre de olho nos vales-livros emitidos pelas secretarias de educação. Mesmo estas não puderam sair satisfeitas com os vales de R$ 10,00 dados pela FME às crianças, num total de R$ 64 mil. Apenas como base de comparação, enquanto começava o III Salão de Niterói, terminava uma feira de livros organizada pela Liga Brasileira de Editoras (Libre) em Osasco, São Paulo, cuja secretaria de educação disponibilizara vales de R$ 30,00 para alunos e R$ 100,00 para professores, num montante superior a R$ 1,4 milhão. As duas cidades estão praticamente na mesma faixa orçamentária.
    (Continua no próximo comentário)

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  21. Luiz Augusto Erthal (Nitpress) (parte III)5 de julho de 2012 às 10:32

    Quanto às editoras de Niterói, agora congregadas na Associação Niteroiense de Editores de Livros (ANEL) recém criada, a nossa posição inicial era de não participar do salão em razão dos altos custos - o preço do espaço competia com o da Bienal - e do desinteresse da organização em dialogar com o mercado. Lembro que nas edições anteriores (2006 e 2008) os editores e livreiros foram convocados pelo então secretário de educação de Niterói, Waldeck Carneiro, criador do evento, para debater de forma propositiva o modelo do salão. Esse diálogo não se repetiu agora.
    Ao saber da decisão da ANEL, a secretária Maria Inês nos chamou para uma reunião em que ofereceu, muito gentilmente, um espaço gratuito para as editoras de Niterói. Quatro editoras - Nitpress, Editora da UFF, Intertexto e Muiraquitã - foram acomodadas em um estande de 18 metros quadrados e contribuíram com a realização de mais de 20 eventos. Ainda assim, o prejuízo foi inevitável, dada as despesas operacionais de uma feira de longa duração.
    O prejuízo maior, no entanto, foi da cidade, pelo desperdício de recursos e energias em um evento praticamente sem a presença da população, e da imagem do próprio Salão da Leitura, uma conquista do município de Niterói que todos nós - editores, livreiros, escritores e, principalmente, os responsáveis por sua organização - temos o dever de apoiar e fortalecer com diálogo, competência, profissionalismo e, sobretudo, respeito aos livros e ao público

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  22. Emmanuel de Macedo Soares5 de julho de 2012 às 18:57

    Pois é. Eu não fui ao Salão, estava com filho doente. Pelo que vi na imprensa entendi que a coisa prestou, nem me passando pela cabeça que um jornal como O Fluminense, com quase 140 anos nas costas, não merecesse credibilidade. Também vi aqui mesmo, neste blog, a série de fotos mostrando o povo da Academia Niteroiense e outras entidades culturais em pleno movimento, e foi isso que me pareceu ainda melhor. Agora vejo todo mundo dizer que foi uma droga, deu prejuízo etc. É compreensível a bronca, mas continuo achando que sempre será válida a ideia de implodir os campanários onde costuma de enclausurar uma chamada comunidade cultural ou literária, fazendo com que ela desça para encontrar o povo na calçada da rua. Se esse povo vai ou não consumir o que ela produz, isso depende da qualidade do produto oferecido, e das condições em que é oferecido. Nesse particular, concordo inteiramente com o Erthal:um salão de leitura é um encontro marcado entre escritores e leitores, e não um happening onde nossos pobres autores sejam submetidos à concorrência desigual e desleal de artistas consagrados pela mídia massiva e massacrante. Botaram o Wanderlino e o Barros para montar estandes? Isso é bom, deram folga às poltronas acadêmicas que os reles mortais não conhecem. O estande não foi visitado? Isso é ruim, mas não significa que seja uma situação permanente. Ano que vem pode ser melhor, principalmente se o poder público se convencer de que seu papel é apoiar, e não realizar eventos.

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  23. AINDA QUE EU NÂO SEJA DE NITERÓI, EU ACHO QUE O BLOG NÂO DEVERIA DETRATAR O EVENTO ASSIM. POUCOS SÃO OS GOVERNANTES QUE FAZEM ALGUMA COISA PELO PÚBLICO DAS LETRAS. QUANDO FAZ A TURMA AINDA CRITICA. O BLOG NÃO DEVIA SE POSICIONAR NEGATIVAMENTE.
    FOI RUIM MAS PELO MENOS FIZERAM! E OS ESCRITORES E, MESMO VOCÊ, ROBERTO,SE BENEFICIARAM.

    NÃO PODE CUSPIR NO PRETO QUE COMEU.

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    1. Dona Terezinha
      Ninguém está denegrindo nada . O espaço é livre para manifestação. Aqui não existe ditadura e desde que não se diga mentira, publica-se!
      Marcelo LOpes

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  24. FAÇO MINHAS AS PALAVRAS DE NOSSO AMIGO LUIZ ERTHAL NA SUA PÁGINA:

    “Tristes ecos do III Salão da Leitura de Niterói”...
    “Encerrado no último sábado, 30 de junho, depois de nove dias de angústia e prejuízos para os seus expositores, o III Salão da Leitura de Niterói nos deixa uma triste lição de como não se deve organizar um evento literário. Reverberado pelo vazio dos corredores e estandes durante a maior parte do tempo, ecoa ainda hoje o protesto dos participantes que investiram tempo e dinheiro no evento, ao cabo do qual deixaram apressadamente o Caminho Niemeyer em sua maioria com a promessa de não mais voltar”...
    “O público do evento foi composto basicamente pelos 6.400 alunos da rede que a Secretaria Municipal de Educação prometera levar (alegaram não ter condições de transporte para conduzir mais crianças, de forma que muitos alunos ficaram de fora). Público, mesmo, só nos eventos com os astros da música convidados pela curadoria (Maria Bethânia, Martinho da Vila, Luiz Melodia, Adriana Calcanhoto, Moraes Moreira…). Mesmo assim, cada aparição de um desses astros estava limitada à capacidade de 400 lugares do Teatro Popular, que não teve mais do que cinco ou seis atividades realmente concorridas dentro da programação”...
    “Vou dizer sem medo de errar e desafio que provem o contrário: este III Salão da Leitura de Niterói não recebeu mais do que 10 mil visitantes”...
    https://www.facebook.com/luiz.erthal

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  25. Acho que moro em uma cidade diferente de vocês. Vi divulgação do evento nos painéis eletrônicos da ponte Rio- Niterói durante umas duas semanas. Em média, passam por ali 200 mil carros por dia. Além disso, ouvi diversas vezes chamadas na Radio CBN. Nas barcas também vi comerciais nas televisões anunciando o evento. Isto sem contar que recebi jornais com a programação dentro do Plaza, no Campo de São Bento, na Praia de Icaraí. Tive a oportunidade de visitar a página caprichada do evento na internet, recebi diversas mensagens pelo Facebook etc. Além disso, vi reportagens no GLOBO, GLOBO NITEROI, FLUMINENSE, G1 etc. Assisti reportagem na TV GLOBO, no Bom dia RIO e também na GLOBO NEWS. A divulgação foi excelente, me desculpem os desavisados.

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    1. Heheheheh! Até que enfim alguém da organização do evento para se pronunciar, pena que adotou a postura anônima. Se estivesse concvicta do que fala mostrava a cara.

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    2. É isso fica feio mesmo.

      Landri Lacerda

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