sábado, 16 de junho de 2012

Cobertura fotográfica da sexta edição do Projeto Giro Cultural, Lançamento de "Lua Madura" e "Discursos e alocuções acadêmicas"




Duplo lançamento na Livraria Ideal.

Kahlmeyer-Mertens e seu Editor Luiz A. Erthal
enquanto a manhã de autógrafos não começa.

Conversa sobre o III Salão de Leitura de Niterói a acontecer em breve,
a programação promete (ao centro o livreiro Carlos Mônaco, o anfitrião).




Os primeiros convidados chegam: Carlos Mônaco,
Luís Antônio Pimentel (no alto de seus 100 anos de idade)
e o poeta Wanderley Francisconi Mendes.

A acadêmica Eneida Fortuna de Barros e o marido, representando a
Academia Fluminense de Letras - AFL. 

Visão panorâmica do Calçadão na primeira manhã.


Geraldo Caldas, Luiz Calheiros e Wanderley Francisconi; ao fundo, Bruno Pessanha.
(foto: Alberto Araújo)

O livreiro Carlos Mônaco dinamizando o evento.

Os livros lançados no Giro Cultural:
Discursos e alocuções acadêmicas e Lua madura.

Inaldo Alonso e Kahlmeyer-Mertens a velha e a nova guarda da cultura niteroiense.


Inaldo Alonso autografando o exemplar de Almir de Oliveira;
Kahlmeyer-Mertens autografando o livro para Alberto Araújo.

Kahlmeyer-Mertens recebe o afago da poetisa Lena Jesus Ponte

Roberto Kahlmeyer-Mertens cumprimenta Denize Cruz,
escritora de Niterói que retorna ao Calçadão da Cultura depois de dez anos de ausência.

Inaldo em Conversa com Vera Werneck e, em segundo plano,
Kahlmeyer com Maria Helena Latini e Denize Cruz.
Na foto também aparecem Bruno Pessanha e Luís A. Pimentel (ambos de chapéu).

Kahlmeyer-Mertens com as poetisas Maria Helena Latini e Denize Cruz

Roberto Kahlmeyer-Mertens com Vera Werneck

Vista geral do Calçadão da Cultura
 
Kahlmeyer-Mertens em conversa com escritor Sérgio Caldieri,
Wanderlino Teixeira Leite Netto aguarda Inaldo Alonso terminar seu autógrafo.
Na foto, também se identifica (no canto) Eneida Fortuna.

O historiador e poeta José Inaldo Alonso com a neta Maria Vitória,
e Kahlmeyer-Mertens em ato de autógrafo.

Alonso e Kahlmeyer autografando volumes para Wanderley Francisconi

Maria Helena Latini, Sérgio Caldieri e Dalma Nascimento
(foto: Alberto Araújo)
Wanderlino Teixeira Leite Netto, a Prof.a Dalma Nascimento e Sérgio Caldieri;
Prof. Luiz Antonio Barros (de costas).

Neide Barros Rego, Geral do Caldas e Luiz Calheiros


Foto posada com parte do grupo que esteve presente no Giro Cultural
(Kahlmeyer-Mertens conversa com Marisa Quintanilha).

Foto posada na manhã de autógrafos de José Inaldo Alonso e R. S. Kahlmeyer-Mertens
Da esquerda para direita: Wanderley Francisconi Mendes, Haroldo Zager, Luiz Calheiros (no alto, ao fundo) Maria Helena Latini, Antônio Soares (semi-oculto atrás de Maria Helena), Terezinha Campos, Geraldo Caldas, Franci Darigo, Carlos Mônaco, Eneida Fortuna, Renato A. Farias de Carvalho, Marisa Quintanilha, Luís Pimentel, Lena Jesus Ponte e Luiz Antônio Barros e WAnderlino T. Leite Netto (os dois últimos ao fundo). Foto de Murilo Lima.

Kahlmeyer, Erthal, Liane Arêas, Sandro Rebel, Mônaco, Júlio Vasco,
a pequena Maria Vitória e José Inaldo Alonso (sentados). Foto de Murilo Lima.

O casal Kahlmeyer-Mertens, Marcia Erthal (sentada);
Mônaco, Liane Arêas, Sandro Rebel,
Luiz A. Erthal e José I. Alonso (sentado). Foto de Murilo Lima.

Da esquerda para a direita, iniciando pela fileira de cima:
Carlos Mônaco, Liane Arêas, Will Martins, Carlos Rosa Moreira, Roberto Kahlmeyer;
Luís Antônio Pimentel, Denize Cruz, Elisabeth do Vale, Carlos César Mônaco.
Foto de Murilo Lima.

José Inaldo Alonso e Roberto Kahlmeyer-Mertens junto a Carlos Mônaco.










Divulgação Cultural
(Clique na imagem para ampliar)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sávio Soares de Sousa e Jorge Loretti: Fortunas críticas sobre os livro "Discursos e alocuções acadêmicas"



No próximo dia 16 de junho, durante a sexta edição do Giro Cultural (evento promovido pela Imprensa Oficial do Rio de Janeiro, com apoio do Grupo Mônaco de Cultura), o acadêmico R. S. Kahlmeyer-Mertens lançará seu Discursos e alocuções acadêmicas (Nitpress). Seleta de diversos textos de oratória. Com prefácio de Jorge Loretti e orelhas de Sávio Soares de Sousa o livro será lançado no Calçadão da Cultura/Livraria Ideal, que fica à Rua Visconde de Itaboraí, n.◦ 222, centro, Niterói. O evento começa às 10 h. e tem entrada franca.        



A oratória acadêmica, ― mais explicadamente, a usual nas nossas academias de letras, tanto a nacional como as estaduais e municipais ―, andou perrengue por prolongados anos, toda a gente o sabe. Seguramente porque arraigada a modelos herdados de outras fases já superadas de nossa cultura. Repetitiva e monótona. Desatualizada, às vezes até ridícula. Agora, prefiro dizer, de algumas décadas para cá, com a democratização das academias, esse tipo de oratória vem dando sinais de consonância com os paradigmas da movimentada era das comunicações. Não têm mais cabimento os discursos quilométricos, de puro exibicionismo, cansativos e monótonos, eficazes apenas no tratamento da insônia. Vivemos a civilização do recado direto, do colóquio produtivo e interessante. Ao que percebo, na vivência acadêmica, a evolução, aí, é perceptível ao primeiro contato com nossos oradores acadêmicos. E posso citar, tranquilamente, para comprovar o dito, o exemplo do mestre Roberto S. Kahlmeyer-Mertens, membro de várias e importantes instituições culturais, em pleno vigor da juventude, autor dos discursos reunidos neste volume. Inteligente e erudito, ensaísta e professor universitário, consciente de suas responsabilidades como intelectual, dotado da rara virtude gabada por São Tomás de Aquino, ― a da estudiosidade, ― Kahlmeyer-Mertens é senhor de um estilo claro, fluente, natural, lúcido, desbastado de barroquismos, fiel ao vernáculo, e transita pelos mais espinhosos temas com o desembaraço e a firmeza de um atleta olímpico. Tudo isso justifica a amizade e a admiração que lhe dedico.

Sávio Soares de Sousa
das Academias Fluminense e Niteroiense de Letras



Grande foi a satisfação ao receber do professor Roberto S. Kahlmeyer-Mertens o gentil convite para prefaciar mais este livro editado pela Nitpress. Obra de um jovem intelectual cujo trabalho nos inspira reconhecimento, admiração e respeito, Discursos e alocuções acadêmicas traz textos que foram proferidos em circunstâncias da vida acadêmico-cultural deste nosso estado do Rio de Janeiro. Confesso que procurei ler esses trabalhos com imparcialidade, entretanto, logo, estas orações me tocaram emocionalmente fazendo com que recordasse os anos de minha militância estudantil. Militância de juventude esta que me rendeu lições úteis para toda a minha história com a magistratura: já naquela época, percebi que brilhavam mais os atores sociais que sabiam se expressar; a fala era, assim, a capacidade de criar simpatias, congregar interesses e legitimar lideranças. Lendo o livro de Kahlmeyer-Mertens, não apenas reconheço o mesmo talento eloquente a que me refiro acima, mas também a habilidade superlativa e inata com a língua culta, a sofisticação e fluidez do estilo oratório e – acima de tudo – o conteúdo de sua prosa repleta de erudição histórica, literária e de alta filosofia. Com Discursos e alocuções acadêmicas, Kahlmeyer-Mertens nos faz crer na feliz reputação de prodígio.
Diante desta matéria, é dever deste prefácio ressaltar as qualidades de alguns dos escritos aqui reunidos:
Na primeira parte da obra, reservada a orações acadêmicas, encontramos o discurso de posse na Academia Brasileira de Literatura – ABDL. É uma fala inspirada por um sentimento de devoção e compromisso. Empossado na cadeira patroneada pelo crítico e historiador literário José Veríssimo, o autor nos oferece um fiel retrato daquele escritor a partir de sua obra crítica. Evidencia-se, assim, o esforço de recepção que Veríssimo, em sua coluna no antigo Jornal do Brasil, empreendia em favor da formação do gosto literário em nosso país ao comentar obras de Comte, Taine, Renan, Eça e Nietzsche. Enfocando, entre estes, principalmente o nome do filósofo alemão, impressiona constatar que Kahlmeyer-Mertens, em seu discurso, não apenas se mostra conhecedor das interpretações que Veríssimo faz de Nietzche, e dos comentários de estudiosos de época como Eugène de Roberty, quanto dos rumos das pesquisas sobre esse pensador na atualidade. Toda a atenção filosófica dada a Veríssimo no presente discurso, entretanto, não é menor do que a consideração dedicada ao anterior ocupante da cadeira 30 na ABDL: o elogio ao desembargador José Eduardo Pizarro Drummond é permeado de diligência e sinceridade. Tenho o prazer de poder afirmar o quanto esta oração contentou a todos que estiveram presentes naquela cerimônia, especialmente os parentes da terceira geração de José Veríssimo, que prestigiaram o evento.
Uma exaltação à convivência nas academias é encontrada no discurso de posse no Cenáculo Fluminense de História e Letras na cadeira 13, patronímica do polígrafo Afrânio Peixoto. O que gostaria de destacar nesta peça não são os dados biográficos daquele membro da Academia Brasileira de LetrasABL, que foi também médico, professor, político e autor da obra literária mais lida no Brasil na época em que foi divulgada. Chamo atenção para o momento simbólico no qual nosso orador declara toda sua estima por sua terra. Ao tomar contato com o texto, por meio da coletânea, o leitor poderá constatar que Kahlmeyer-Mertens consagra uma página plena de encanto e beleza àquilo que poderíamos chamar de sentimento de pertença a nossa terra fluminense.
Kahlmeyer-Mertens empossou-se na Academia Niteroiense de Letras – ANL no período em que eu fui Presidente daquela instituição. Com seu discurso de posse, o acadêmico presenteou a todos com o encantamento oferecido por sua ars retorica. Na solenidade, ocorrida no auditório Amaury Pereira Muniz, foi oportuno lembrar oradores que, eternizados pela força de seus gestos, em outrora fizeram uso da palavra naquele mesmo espaço. Assim, ao evocar os nomes de Norival de Freitas e Jorge Cortás Sader, a cerimônia acabou por celebrar um significativo capítulo da cultura tribuna fluminense. Feito o elogio do patrono, o médico Bernardino Senna Campos, o empossando passou ao louvor dos que o antecederam como ocupantes na respectiva cadeira. Dentre aqueles antecessores, chamo a atenção para Togo de Barros, governador do estado do Rio de Janeiro na década de 1950 e figura com a qual os acadêmicos da ANL tiveram o privilégio de conviver.
Falas de saudação podem ainda ser conferidas na sequência do livro. Entre elas está o discurso de recepção ao acadêmico Luiz Antonio Barros, por ocasião de sua posse na Academia Niteroiense de Letras. Em sua prédica, Kahlmeyer-Mertens alude à tradição retórica vigente nas academias de letras e ressalta a dificuldade de apresentar publicamente um personagem singular recorrendo à filosofia de Sartre e à pedagogia poética de Marziano Capella para legitimar suas premissas. No mesmo texto, evidencia, por um lado, a figura simples e humilde de Luiz Antonio Barros, e ressalta, por outro, o enorme mérito do empossando, ao lembrar que este, além de qualidades próprias, é herdeiro de scholars como Gladstone Chaves de Melo, Leodegário A. de Azevedo Filho e Maximiano de Carvalho de Silva.
Na segunda parte da coletânea, reservada a alocuções várias, encontramos, primeiramente, o pronunciado na Câmara Municipal de Niterói, lido durante a cerimônia de cessão da Medalha José Cândido de Carvalho, na ocasião em que Kahlmeyer-Mertens foi agraciado com a referida comenda. É uma homenagem àquele escritor campista que, entre a literatura romanesca e o jornalismo, tanto honrou o mundo literário com sua rica e admirável produção artística. Membro da Academia Brasileira de Letras e radicado em Niterói, não me lembro de ter lido estilo literário mais original do que o daquele grande literato fluminense. No presente discurso, foi apreciado um pouco da vida e obra daquele profundo conhecedor da alma do povo brasileiro que – como bem diz nosso orador – possui uma prosa espetacularmente brilhante e inimitável. Um traço surpreendente deste trabalho é quando Kahlmeyer-Mertens narra o encontro que teve com José Cândido de Carvalho, autor de “Olha para o céu Frederico” e do já clássico “O coronel e o lobisomem”.
Após ler este discurso, louvamos a feliz iniciativa daquela assembleia legislativa em conceder Medalha a Roberto S. Kahlmeyer-Mertens, professor exímio, cujos méritos intelectuais não apenas legitimam a acertada medida, quanto bonificam seu propositor.
As palavras fraternas de Kahlmeyer-Mertens a Marco Lucchesi são – indubitavelmente – um dos pontos altos do livro. Na ocasião em que o poeta, ensaísta, tradutor e membro da Academia Brasileira de Letras foi homenageado pelas instituições culturais de Niterói, em uma reunião do Cenáculo Fluminense de História e Letras, Kahlmeyer-Mertens foi o escolhido, entre tantos, para fazer a saudação. Quem conhece o homenageado pode avaliar a especial honra da tarefa. Com uma fala poética e repleta da mais elevada erudição literária, nosso autor escreveu, com propriedade e beleza, um discurso que faz jus à estatura do homenageado, um discurso de excelência sem perder a afabilidade, um discurso que dará gosto a todos aqueles que tiverem o privilégio de sua leitura.
Ao fim, temos a saudação a Luís Antônio Pimentel, na data de seu centenário de vida. Divulgado sob o título de Luís Antônio Pimentel: Jubileum, o luminoso discurso foi proferido na sede da Academia Niteroiense de Letras, dando início às comemorações do centenário de seu amigo poeta. Pimentel é uma bela figura humana que fez da arte sua vida, fazendo com que também sua vida ganhasse dimensão artística. No discurso, Kahlmeyer-Mertens – que possui várias obras dedicadas ao poeta – supera expectativas ao evidenciar, servindo-se das poucas palavras do jornalista Augusto Donadel Jorge, o valor dessa existência rica e honesta em face de alguns dos respeitáveis trabalhos intelectuais que o poeta miracemense dedicou a Niterói.
Esta apresentação acabou por se tornar mais longa do que um bom prefácio deve ser. Justifique-se, entretanto, sua extensão pela proporcional necessidade de mostrar – no presente livro – como uma intelectualidade de escol se edifica nos dias de hoje. As atraentes meditações de Kahlmeyer-Mertens, ora reunidas, precisam ser acolhidas com boa vontade, e a inteligência que delas decorre apela imediatamente a uma atitude respeitosa. Afinal, na imagem desse brilhante intelectual, cultor de valores excelentes e estudioso de aspectos superiores do pensamento humano, reside uma digna esperança a ser investida unanimemente: o amor por princípio, a ilustração por caminho e a felicidade como propósito.
Obrigado, Roberto Kahlmeyer-Mertens, por este livro cintilante de saber e beleza.   
Jorge Loretti
Da Academia Niteroiense de Letras





quarta-feira, 13 de junho de 2012

Kahlmeyer-Mertens e Inaldo Alonso: Dose dupla de literatura no “Projeto Giro Cultural”








O Centro de Niterói será palco, neste sábado (15 de junho), da sexta edição do projeto Giro Cultural, que promove atrações artísticas gratuitas todo primeiro sábado do mês, num circuito que começa na tradicional Livraria Ideal, passa pela Sala de Cultura Leila Diniz e chega ao Terminal Rodoviário RobertoSilveira.
O primeiro evento começa às 10 horas, o segundo, às 11 horas e, o terceiro, ao meio-dia. Basta dar alguns passos para se deslocar de um ponto ao outro e conferir diferentes atrações sem pagar nada.
Os membros da Academia Fluminense de Letras, Roberto S. Kahlmeyer-Mertens e José Inaldo Alonso abrem as atividades autografando seus novos livros Discursos e alocuções acadêmicas e Lua Madura, às 10 horas, na Livraria Ideal, na Rua Visconde de Itaboraí, 222, loja 3. Fundada em 1935, a livraria é o mais tradicional ponto de encontro de escritores fluminenses e ficou conhecida por promover o Calçadão Cultural, encontro que reúne intelectuais todos os sábados, na calçada da livraria.
Entre as atrações das edições anteriores do Giro Cultural, estiveram presentes o educador e escritor da Academia Brasileira de Letras Arnaldo Niskier, o poeta e Jornalista Luís AntônioPimentel; a banda de jazz Trinado e a Orquestra de Crodas da Grota. 
Além de tornar a manhã de sábado muito mais agradável, o Giro Cultural estimula a revitalização da região, ao proporcionar atividades artísticas gratuitas à população.
O Giro Cultural tem o apoio da Sala de Cultura Leila Diniz, Consórcio Novo Rio, Prefeitura de Niterói. 12º BPM (Niterói), Livraria Ideal, Rioprevidência e do jornal O Fluminense.


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domingo, 10 de junho de 2012

Projeto "Livros que marcaram Niterói" ("Você já teve um amor atravessado?" de Fernando de Aviz)


Convicto do brocardo lobatiano segundo o qual “um país se faz com homens e livros”, tentei elencar, de memória, aqueles títulos que eu acreditava representar bem a cultura literária de Niterói. Consultando várias pessoas ligadas ao meio acadêmico de minha cidade, foi curioso o fato de minha lista coincidir com os títulos apontados por aqueles conhecedores de livros. Diante desta coincidência (ou deveria dizer “feliz serendipidade”), animei-me, sem maiores pretensões, a apresentar quinzenalmente alguns dos livros que teriam, de algum modo, marcado a cena literária niteroiense. Livros que trouxeram contribuições substanciais em alguma área, inovações, resgates, celebrações de datas festivas da cidade e que, até, ficaram conhecidos pelas polêmicas que causaram. Em todos esses casos, o valor literário ou histórico foi o que deu o critério para essas escolhas que – longe de serem completas – serão singelos afagos na cultura de nossa cidade.
Em cada quinzena, o leitor de Literatura-Vivência poderá conhecer, no Projeto “Livros que marcaram Niterói”, um pouco mais das nossas letras.
 
 
 
Você já teve um amor atravessado?, de Fernando de Aviz
 
 
Capa da segunda edição de Você já teve um amor atravessado? de Roberto Santos
 
 
Em dezembro do ano de 1982, Niterói presenciou a publicação de um livro de crônicas intitulado: “Você já teve um amor atravessado?”. Seu autor, por sua natureza binada (poeta e cronista, por um lado; educador e biólogo, por outro), assinava com o heterônomo de Fernando de Aviz. (Nem precisa dizer que não é casual a escolha de Roberto Santos Almeida pela alcunha de Fernando. Sim, Fernando é homenagem a Fernando Pessoa, célebre vate português; de Aviz é declaração afetiva a sua descendência lusitana e ligação ancestral com a província de mesmo nome. Fernando de Aviz é, assim, o alter ego de nosso brasileiríssimo Roberto Santos que, além de ser autor do referido livro, preside, atualmente, a veneranda Academia Brasileira de Literatura – ABDL).
“Você já teve um amor atravessado?” foi editado pela Livraria Panorama em co-edição com Letras Fluminenses (a mesma casa editorial que expedia o jornal literário homônimo de Luiz Magalhães) e é reunião de textos originalmente publicados em veículos que, na década de 1970, circulavam difundindo a boa literatura: é o caso da Revista Única e do fanzine Persona.
Qual seria a importância deste livro a ponto de figurar neste projeto que busca resgatar os livros que marcaram Niterói? Ora, em primeiro lugar, uma resposta como esta não poderia ser dada fora da atmosfera da data de hoje (um dia dos namorados) e, depois, não poderia ignorar os subsídios que o próprio livro fornece sobre sua importância. Vejamos, por exemplo, o que mestre Ângelo Longo diz em uma das orelhas: “Cronista, ele (Roberto/Fernando) colige o tempo na permanência do livro que ora se estampa como se pretendesse marcar um caminho, assinalar uma passagem, significar um pouco. Artista, ele transcende o espaço da impermanência das coisas como se pretendesse um pouso no signo, um significado na marca, um caminho-passagem.” Também Ronaldo de Carvalho Miguel, Vital dos Santos e Pedro Jorge Salvador (este último recorrendo a um arsenal conceitual que vai de Hume a Barthes, passando por Kierkegaard e Weber) emitem pareceres sobre o livro. Contudo, é Elzita Nely B. do Vale, em poucas palavras, que resume a importância do livro nas experiências estéticas que ele evoca/provoca: “As imagens inigualáveis de quem sabe dizer o que sente, dispensam qualquer outro comentário”.
“Você já teve um amor atravessado?”, em sua época, foi lançado no circuito  literário niteroiense e despertou o interesse da comunidade letrada. Sua forma poética em prosa com linguagem simultaneamente culta e desafetada é, em parte, responsável pelo seu êxito. Outros fatores responsáveis pela boa acolhida do livro?... Talvez o carisma de seu autor, que ficou conhecido na década de 1980 como “o poeta do amor”. No mais, sigamos o conselho de Elzita do Vale, poupemos comentários e nos presenteemos com a leitura do Fernando de Aviz neste dia dos namorados:




(AVIZ, Fernando de. Quem namora, não mora... In: Você já teve um amor atravessado?. Niterói: Panorama/Letras Fluminenses, 1982. p. 28-29)