No passado - todos sabemos - os gregos diziam poesia ao som da lira. Não seria de admirar que uma poesia russa fosse acompanhada por uma balalaica...
E o que dizer das aliterações de Maiakóvski? Dizer apenas que é boa poesia seria o suficiente?!
Balalaica
Balalaica
[como um balido abala
a balada do baile
de gala]
[com um balido abala]
abala [com balido]
[a gala do baile]
louca a bala
laica
(tradução de Augusto de Campos)
Balalaica
Balalaica
[budto laiem oborvala
scrípki bala
laica]
[s laiem oborvala]
oborvala [s laiem]
[láiki bala]
láicu bala
laica
(Maiakóvski, 1913)
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ResponderExcluirMuito bom lembrar Maiacoviski, sobretudo através de Augusto de Campos, que não foi apenas seu melhor tradutor, mas o único que conseguiu entranhar-se em sua forma torturada e trazê-lo com perfeição de mestre a um idioma tão diferente. Deu água na boca. Ache urgentemente a "Elegia a Sierguéi Iessiénin", tradução do outro Campos, o Haroldo, que está numa edição de 65 ou 66 da Revista do Livro.
ResponderExcluirExcelente postagem, Roberto. Maiakovski... Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari... "Balalaica", "Beba coca-cola". Lembrança de um que a outros nos remete.
ResponderExcluirCarlos Rosa Moreira.
Olá Roberto, ótima abordagem para chegar ao Maiakóviski.
ResponderExcluirAproveito o gancho p/dizer que, por coincidência, aquele contato que Vc. disse que me procuraria, o Carlos Rosa Moreira, está citado como homenageado de um livro de Memórias (A herança e a procura) do multiartistaa Chico Lopes - de Poços de Caldas/MG. Recebi o livro, autografado pelo Chico Lopes, semana passada.
E ainda no mesmo gancho, como foi ou não foi de Libido aos pedaços?
abraços, CTrigueiro
Carlos Trigueiro, entrarei em contato sim. Tenho a honra e o prazer de fazer parte, de alguma forma, do livro do Chico Lopes, excelente escritor radicado lá em Poços de Caldas. Um abraço.
ResponderExcluirCarlos.
A emoção de ler Maiakovski no seu blog tem a ver com meu curriculo de ginasiana. Fui delicadamente convidada a me retirar do Colégio em que
ResponderExcluirestudava porque me pegaram com um livro de Maiakoviski . Poemas. Tradução de Augusto e Haroldo de Campos e mais, presenteado por Pimentel!
E dei com um poema dilacerante sobre as mães que perderam os filhos na guerra.
Mãe,
quem chama?
Branca, branca, brocado em funeral.
"É ele - ânimo! -
o morto do telegrama.
Ah fechem, fechem os olhos do jornal "
Excelente postagem, maravihosos comentários!
ResponderExcluirAbs
Belvedere