Harpa Submersa
Este retardatário gosto de
pureza,
que me vem à boca do fundo coração,
não sei se é tédio ou o sinal de alvoradas renascentes.
Na areia branca onde a onda tenta apagar
vestígios de pés e levar todas as conchas,
me deixo à espera de outra vagas carregadas de conchas
ou de passos que tatuem novas marcas
na epiderme do coração.
Pobre coração marinheiro, tão marcado,
de que canto obscuro desenterras imprevistamente
esta harpa cheia de algas e de sons submersos?
que me vem à boca do fundo coração,
não sei se é tédio ou o sinal de alvoradas renascentes.
Na areia branca onde a onda tenta apagar
vestígios de pés e levar todas as conchas,
me deixo à espera de outra vagas carregadas de conchas
ou de passos que tatuem novas marcas
na epiderme do coração.
Pobre coração marinheiro, tão marcado,
de que canto obscuro desenterras imprevistamente
esta harpa cheia de algas e de sons submersos?
(JORGE, J. G. de Araújo. Harpa submersa. In: Harpa Submersa. São Paulo, 1952)
Divulgação
cultural
(Clique na
imagem para ampliar)
Boa arte, boa poesia, boa música... o que mais poderíamos desejar além de vida longa a este blog?
ResponderExcluirParabéns ao seu autor.
Lucas S. Lemos
Que rico!
ResponderExcluirMuito bom estar aqui lendo tão boas postagens.
ResponderExcluirBelvedere