segunda-feira, 14 de maio de 2012

A poesia siguética em J.G. de Araújo Jorge e Claude Debussy







Harpa Submersa



Este retardatário gosto de pureza,
que me vem à boca do fundo coração,
não sei se é tédio ou o sinal de alvoradas renascentes.

Na areia branca onde a onda tenta apagar
vestígios de pés e levar todas as conchas,
me deixo à espera de outra vagas carregadas de conchas
ou de passos que tatuem novas marcas
na epiderme do coração.

Pobre coração marinheiro, tão marcado,
de que canto obscuro desenterras imprevistamente
esta harpa cheia de algas e de sons submersos?


(JORGE, J. G. de Araújo. Harpa submersa. In: Harpa Submersa. São Paulo, 1952)





Divulgação cultural
(Clique na imagem para ampliar)
 

 



3 comentários:

  1. Boa arte, boa poesia, boa música... o que mais poderíamos desejar além de vida longa a este blog?

    Parabéns ao seu autor.
    Lucas S. Lemos

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  2. Luiza Sandoz (Mérida - VN)14 de maio de 2012 às 14:20

    Que rico!

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  3. Muito bom estar aqui lendo tão boas postagens.
    Belvedere

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