segunda-feira, 16 de abril de 2012

"O Amor Segundo Luís Antônio Pimentel" inclui fotografias tiradas por Pimentel e amigos alindam a presente edição, repleta de loas e hosanas ao amor (artigo de Roberto Santos em "O Fluminense" )















O Amor Segundo Luís Antônio Pimentel.
Luiz Augusto Erthal e Luiz Antonio Barros (Organizadores). Nitpress Editora. 160 páginas. R$ 35.



                                                                                                                                      


Nosso jovem centenário Luís Antônio Pimentel, em certos instantes, deixa-se levar por aquele clássico canto de Dante: “O amor me move. Só por ele eu falo”. Observando como o tema do amor é recorrente em seus inúmeros textos, Luiz Augusto Erthal e Luiz Antonio Barros organizaram a presente antologia, dividida em três belas dimensões: reunião de poemas, haicais e 12 dias com Leviana (novela relâmpago em 13 edições).
Roberto Kahlmeyer-Mertens, no “Prefácio”, anota que esses “três momentos integrantes se completam, fazendo com que a coletânea conserve coerência, coesão e efeitos estéticos de onde quer que se arranque à leitura”. Assim, perfeitamente esclarecido, o leitor logo lê no “Poema do Amanhã”: “Amanhã, quando fores minha,/ eu serei sol,/rompendo as brumas em que te envolveram./Meus gestos serão paisagem/ escorrendo ternura (...)” Adiante, o poeta confessa; ”eu tenho ciúmes do sol/ porque te beija muito...//Beija demais/o teu corpo formoso/ e a tua boca de carmim...”
No sopro erótico que funde amor e vida, fazendo coro com o vento do amor total — a Vinicius de Moraes —, Pimentel indica o amante desejo: “Amar-te a noite toda, e enquanto queiras,/Ver as dunas dos seios atrevidos/ e o gozo sombreando-te as olheiras;//e renovar o amor cada manhã,/ nos beijos, nas carícias, nos gemidos,/ no tapete, no leito, no divã”.
Famosos, sem dúvida, desde a década de 50, são seus haicais, dos quais, na pág. 85, há encantador exemplo: “Olhos de uva verde/ anunciam que teu corpo/ é taça de vinho.” Ou, em explosão de paixão, o revelado segredo; “Decorei teu corpo./Sei-o na ponta da língua/ melhor que ninguém”.
A novela “Leviana”, que recentemente ganhou brilho de peça teatral, é precedida por prefácio do poeta Gomes Filho, na 1ª edição. E dela, pouco a pouco, surge coleante perfil: “O relógio de Leviana só dizia as horas certas quando estava parado”; “Leviana tinha uma religião — o Amor; um deus — o Fingimento: e uma oração — o Pecado. Leviana dizia que pecar é muito mais humano que rezar.”
Não se pode deixar de ler, ao final do volume, “Glossário e Notas” e “Dados biobibliográficos” — aquele organizado pelo mestre Luiz Antonio Barros, e estes assinados pela pena inteligente e sensível de \Graça Porto.
Fotografias tiradas por Pimentel e amigos alindam a presente edição, repleta de loas e hosanas ao amor — sentimento que é “sede depois de se ter bem bebido”, no dizer de Guimarães Rosa. Na orelha do livro, Fernando de Aviz assegura que a lírica sinfônica de Pimentel é um “misto de contar e cantar, com duração mínima para os próximos 100 anos”.

Confira a matéria em seu contexto original clicando AQUI.






7 comentários:

  1. Olá professor Roberto...
    no texto postado temos algumas gotas de uma poesia aguda no amor que transcende qualquer tentativa de banalizar a intimidade erótica. Na verdade, o belo de sua poesia sacraliza o corpo, o corpo a corpo, o encontro mágico de corpos e almas que se desejam amorosamente. Que beleza... é uma luz intensa do túnel de nosso cotidiano, muitas vezes, tão banal!
    Um abraço...
    Mauro Nunes

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  2. Emmanuel de Macedo Soares16 de abril de 2012 às 15:58

    Perguntar não ofende. Os direitos autorais do Pimentel (livro,peça, imagem etc) estão sendo pagos direitinho?

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  3. Caro confrade Emmanuel de Bragança Macedo Soares,
    Sobre a sua indagação, posso responder pelos vídeos ("Balada do Petróleo" e "A casa do poeta centenário") e pela exposição "Luís Antônio Pimentel - 100 anos em foco". O 1º vídeo, passado neste bog, foi feito atendendo um pedido do próprio Pimentel, feito a mim, em dez/2010, pois havia o desejo dele ter esse texto gravado. Como pode-se ver nos créditos, foi produzido na SFF-Sociedade Fluminense de Fotografia com as pessoas alí citadas, sem ônus ou pagamento a quem quer que seja; o 2º vídeo, feito na BPN-Biblioteca Pública de Niterói, foi um trabalho conjunto, o qual tive o prazer de dirigir, atuar e participar da edição, também sem qualquer recebimento em espécie do governo do estado do Rio de Janeiro para os envolvidos no trabalho, e com o consentimento do homenageado pela passagem do seu centenário. Quanto à exposição no Solar do Jambeiro, também uma homenagem ao centenário de Luís Antônio Pimentel, fiz a curadoria com alguns patrocínios (graças a Deus ainda tenho crédito entre amigos e comerciantes da nossa cidade!) e recursos próprios.
    À propósito, a exposição fica até 29 de abril de 2012 no Solar do Jambeiro, com visitação de 3ª a 6ª, das 11 às 18 h; sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 h. Se puder, passa lá pra vê-la!
    Portanto, sem nenhuma ofensa, espero ter sido claro quanto suas indagações.
    Saudações acadêmicas,
    P.R.Cecchetti

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  4. Emmanuel de Macedo Soares17 de abril de 2012 às 12:47

    Bom... Eu não perguntei se alguém recebeu alguma coisa pelo que foi feito, nem isso me interessa. Perguntei se os direitos autorais do Pimentel (livro, peça, imagem etc) foram ou estão sendo pagos direitinho.

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  5. AAAAAAAAAAAAHHHHHHHAHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHA

    O Mané foi querê fazê um comercial acabô tomando um toco! HAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Como se diz aqui na favela: "Chupa rol* mansa"

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  6. Renato Augusto Farias de Carvalho17 de abril de 2012 às 14:10

    Ola amigo Roberto: hoje tive a alegria de " encontrar " com voce e Roberto Santos, embora estejamos tao distantes (milagres da Internet). Estou na Sicila, saudades atenuadas porque . vossas palavras sobre Antologia do jovem Pimentel . me aproximaram tanto. Coisa expressiva ouvir a sabedoria poetica do querido Pimentel: " Leviana dizia que pecar e muito mais humano que rezar " e outra tao parecida com ele " O relogio de Leviana so dizia as horas certas quando estava parado ". Fico um tanto anestesiado aqi pelos lados de Dante, Garibaldi etc... Entretanto, como e imortal a essencia literaria do homem de Miracema. Saudoso abraço do amigo Renato.

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  7. Muito obrigado xará-amigo-irmão, por postar minha coluna de "O Fluminense" em seu blog. Só assim consegui ser lido por um público maior, bem maior que o meu conhecido e antigo grupo de 3 leitores.
    Um abração.

    Roberto Santos

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