domingo, 27 de novembro de 2011

Gilson Rangel Rolim e a "crônica" do Rio Paraíba



Visão do mar de montanhas que compõem a paisagem por onde corre o Rio Paraíba.

Gilson Rangel Rolim... Nosso escritor operário! Trabalha de sol a sol na lavra de suas letras, catando gemas e pepitas literárias. Trabalhador incansável, não me canso de dizer que ele é o mais disciplinado dos escritores de Niterói. Está sempre concebendo um livro, editando uma plaquete, participando de concursos ou, mesmo, dinamizando seu blog (Cf. o blog de Rolim). Sim, o operoso e producente Gilson Rolim!...
Não satisfeito em trabalhar só, ainda se uniu à escritora Edel Costa, formando um par comparável a Sartre e Simone (eu não me permitiria o clichê de chamá-los de “casal 20” da cultura de Niterói, não me permitiria isso). Fico imaginando quantas ideias não gravitam no apartamento do casal quando ambos estão criando, juntos ou em separado.
Gilson é capixaba, mas veio para Niterói criança. É um fluminense por jus cordis. Tão bom fluminense que dedicou um poema ao rio que melhor representa esta província. O “rio da integração”, como o próprio autor o chama. A postagem de hoje é fluminense, graças a Gilson Rangel Rolim.



Imagem do Rio Paraíba, trecho MG/RJ




Gilson Rangel Rolim


Paraíba, nosso rio


Desce a Serra da Bocaina,
no nordeste de S.Paulo,
e chega a Jacareí.
Volta-se, então, para o norte,
no rumo de S.José
dos Campos, cidade rica,
fabricante de aviões.
E segue formando o Vale
que leva seu belo nome.
Caçapava, Taubaté
− terra natal de Lobato −
veem correr suas águas;
e o rio vai prosseguindo.
Passa Pindamonhangaba,
a sagrada Aparecida,
logo Guaratinguetá.
Vai contornando Lorena,
Cruzeiro e, adiante, Queluz.
Dizendo adeus a S.Paulo,
chega à terra fluminense.
Itatiaia, Resende
dão ao rio boas-vindas.
— Região industrial,
incluindo Barra Mansa
e também Volta Redonda.
O valente Paraíba
vai juntando suas águas
pra represar mais à frente
em Barra do Piraí.
Mesmo um tanto enfraquecido,
banha as antigas fazendas
dos tempos imperiais,
lá pros lados de Valença
e da charmosa Vassouras.
Algumas léguas acima,
vê a cidade xará,
que é Paraíba do Sul.
E logo ali, bem pertinho,
um encontro interessante,
Três Rios é mais que um nome:
o velho rio recebe
à esquerda o Paraibuna
e à direita o Piabanha.

Agora fortalecido,
o nosso rio prossegue
pra chegar a Sapucaia
e por bom trecho divide
o Rio e Minas Gerais.
Reforço de água recebe
do Pomba, vindo de Minas,
logo após Itaocara;
e passa por Cambuci,
pra chegar a S. Fidelis.
O rio Muriaé,
vindo de Minas também,
faz com que chegue mais forte
a Campos dos Goitacazes.
Da terra de Patrocínio
e de tantas tradições,
parte agora rumo ao mar
para entregar suas águas
lá em S.João da Barra,
junto à praia de Atafona.
Pelas léguas percorridas
em nossa Velha Província,
o Paraíba do Sul
merece o nome de rio
da integração fluminense.
                 (Poesia cedida com exclusividade para o Blog Literatura-Vivência).


Gostou? Para conhecer mais de Gilson Rolim, e até conhecer o escritor pessoalmente, segue aqui o convita para seu mais novo livro, a ser lançado nesta semana.






6 comentários:

  1. Roberto,
    grato pela publicação, pela divulgação e pelo título de "operário-padrão" das letras.
    Abç.
    Gilson

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  2. Parabéns pela merecida postagem, Gilson.
    Um bom domingo para vc.
    Abs
    Belvedere

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  3. Roberto
    Ler o Gilson é sempre um prazer. E assino embaixo do que você disse: sensível e sincero, o capixaba Gilson Rolim, o mais fluminense dos capixabas, defende esta terra papa-goiaba (foi a Dionilce que me ensinou esse hífen do papa-goiaba) como se aqui tivesse nascido. E é como se tivesse, pois é aqui nestas plagas que reside o coração do Gilson.
    Parabéns ao querido poeta, parabéns a você Roberto, pelo bom gosto da postagem.
    Um forte abraço.
    Carlos Rosa Moreira

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  4. Prezados, bom dia!

    Sou suspeito para falar por ser irmão e tiete mas considero, sinceramente, o texto louvável e merecido, embora represente só um grãozinho na trajetoria brilhante desse multimídia capichaba-fluminense, orgulho dos Rangel Rolim.
    Grato e abraços.
    Laurimar R. Rolim

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  5. Que bonito o texto do Gilson!
    Viajei pelo estado do Rio com a descrição que ele fez do rio.

    Que bom escritor!

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  6. lindo poema, nele viajei pelo leito do Paraíba, reconhecendo nas margens escritas a linha sinuosa que une vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira, um alinhavo de água que une culturas. Parabéns pelo poema Gilson. Felicidades e a paz!

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