Diálogo com o poeta Sandro Rebel no trajeto da Livraria Ideal até a Praia de Icaraí:
Rebel falava do desânimo que dá quando, por mais que criemos, escrevamos e façamos por onde estar motivados para produzir literatura de qualidade, constatamos que todo este esforço, cedo, é reconduzido a uma certa zona de indiferença.
Eu, por minha vez, dizia compartilhar dessa insatisfação reconhecendo que existe certo descaso por parte da mídia divulgadora e, mesmo, das livrarias e dos leitores. Estes últimos chegam a julgar que trabalhar um livro durante um ano seria demonstração de apego, supervalorização da obra e, até, falta de criatividade.
Sim! Há o limbo (insistia Rebel mais melancólico do que indignado), e este é responsável por um “esfriamento” precoce do trabalho. Com isso, sua acolhida ocorre junto a um pequeno grupo local que, invariavelmente, é formado por nossos pares. Raro ultrapassar esses limites...
Diante dessa lúcida evidenciação, comecei a elucubrar em que medida tal fenômeno não teria a ver com o Mundus vult decipi denunciado pela teoria crítica da Escola de Frankfurt, especialmente por Adorno, quando ali se diz que a Indústria cultural (nesse caso, a indústria editorial, que trata a peça mediana e a obra prima de igual maneira) trata a cultura (nesse caso, a literatura e os livros) como bem de consumo, reduzindo-a a um produto cujo valor é o de mercado (valor, este, que seria o único a garantir sua duração, promoção e visibilidade). Indo mais fundo, pensei que Heidegger está com toda razão ao diagnosticar o niilismo da técnica como valor promovedor de nossa época. Um tal niilismo, já tão autonomizado, faz com que qualquer motivação e atitude tenha seu sentido e valor humano esboroados... o resultado disso seria a vaga impressão de que o que quer que se faça dá em nada...
Rebel continuava a externar sua perplexidade dizendo não entender como literatos de gênio e carisma conseguem ficar à margem de tudo. Como excelentes trabalhos recebem menor reconhecimento que o devido... Falava do desejo, que um dia assola cada um de nós, de deixar de insistir na literatura e ir se dedicar a outra atividade (quem sabe criar ovelhas, como até o Aquiles da Ilíada se sentiu tentado a fazer...).
Sobressaltaram-me, neste momento, os versos de O artista inconfessável, de João Cabral de Melo Neto: “Fazer o que seja é inútil./Não fazer nada é inútil./Mas entre o fazer e não fazer/mais vale o inútil do fazer”. Quer dizer, não bastasse a punição da indiferença dos muitos, o literato, o artista, o homem de cultura ainda precisa manter-se vigilante contra o aquilo que Nietzsche chamou de “pathos do em vão”. Não dá para fazer nada, mesmo quando tudo parece redundar em nada...
Rebel desce na praia, em frente ao cinema Icaraí. O ônibus segue e eu, vendo os bancos da orla, me lembrei da eloquente solidão da estátua de Drummond num lugar parecido... Súbito, ao meu lado, uma jovem dispara em seu celular uma música “sertaneja universitária” (perdoem, mas a ironia saudável não pode faltar aqui: isso deve explicar porque o ensino universitário anda tão mal em nosso país) que trazia a seguinte letra:
“Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Explosão de sentimentos
Que eu não pude acreditar
Ah! Como é bom poder te amar”
O autor deste primor (fico imaginando o que um Agripino Grieco diria disto) já obteve reconhecimento nacional e tem suas letras cantadas por multidões...
Pensei na ansiedade de Rebel, na solidão de Drummond, no niilismo da era da técnica moderna (é verdade, pensei que nem Hölderlin seria capaz de formular algo como “meteoro da paixão”) e me perguntei se não deve haver canções melhores de se cantar... Algumas das canções que eu acredito ser redentoras deste quadro apocalíptico constituem a postagem de hoje:
Rosaly Fonseca
Palavras-vento
Se quiser palavras concretas,
Claras, exatas, diretas,
Peça às paredes,
Não a mim.
Essas palavras-tijolo,
De que se constroem
Pensamentos,
Não soltam riso nem choro,
Não sentem gozo ou tormentos.
Sinta as palavras-vento,
Dentro do quarto e da alma,
Contentes e quentes de sol!
À noite elas vêm, bem tarde,
Frias de lua e saudade
E se deitam em meu lençol.
Antônio Barcellos Sobral
Se fosse possível
Se fosse possível
Se fosse possível mataria a palavra rombuda.
A palavra sem coração – pássaro sem canto.
Gruta sem respiração. Deceparia
a palavra com que o homem arma
o canhão. Rasga a trincheira. Derruba o avião.
Canonizaria a palavra bate-estaca.
Que crava na pedra do ódio da má vontade
o alicerce da paz. Se fosse possível
domesticaria a palavra com que o bruto
abala e escandaliza a criança. E riscaria
a palavra com que se treme de medo.
Depois sopraria a brasa da palavra amorosa.
Que é onde estamos naturalmente.
Onde filósofos e santos desenham
o perfil da felicidade.
Palavras com hálito de anjo. Vamos dizê-las
entre os cumes da violência.
Disciplina
Disciplina,
fio de prumo:
Duro percurso
de repetir
repetir
na paciência
de relojoeiro
com ajustes
suor
rigor
certeiro olhar
alvo e dardo
na busca constante
da precisão,
ponto exato.
Que mistério os agrupa, os põe tão perto
Também aves-palavras, que se agitam,
e logo outras, os ninhos para trás,
se integram ao traçado que se cria
em pleno voo. Enfim, a obra se faz.
Enquanto no papel elas levitam,
Jafran Bastos
Duro percurso
de repetir
repetir
na paciência
de relojoeiro
com ajustes
suor
rigor
certeiro olhar
alvo e dardo
na busca constante
da precisão,
ponto exato.
Lena Jesus Ponte
Criação
Vai-se o primeiro pássaro migrando
– ponta de seta aponta o rumo certo.
Vai-se mais outro e mais... outros riscando
geometrias no céu antes deserto.
Que mistério os agrupa, os põe tão perto
da harmonia da Música? Só quando
um solfeja seu voo, o bando esperto
incorpora o deus Shiva e sai dançando.
Também aves-palavras, que se agitam,
e logo outras, os ninhos para trás,
se integram ao traçado que se cria
em pleno voo. Enfim, a obra se faz.
Enquanto no papel elas levitam,
raia, sanguínea e fresca, a Poesia.
Jafran Bastos
Artesanato
O caminho da mão
É que tece o poema
O poema é que tece
A coisa arquitetada
Essa coisa tecida
É a memória passada
De um fio a outro fio
De um tempo a outro tempo
E o tempo – essa fração
Da eternidade
Leva
A tecedura humana
À elevação
Por isso
A poesia a mão tecida
É o caminho que tece
A direção da mão
É a mão que tece a escala
Do eterno
O caminho.
Um dia
Alexander de Carvalho
É que tece o poema
O poema é que tece
A coisa arquitetada
Essa coisa tecida
É a memória passada
De um fio a outro fio
De um tempo a outro tempo
E o tempo – essa fração
Da eternidade
Leva
A tecedura humana
À elevação
Por isso
A poesia a mão tecida
É o caminho que tece
A direção da mão
É a mão que tece a escala
Do eterno
O caminho.
Armando Freitas Filho
Um dia
impossível de lilases.
Uni dia
ou um dilema?
Qual a face da moeda
que resistirá mais tempo
fechada na palma
ao suor da corrosão, à ferrugem
emudecendo uma voz do dueto
para dourar a outra, rim solo
para durar ao sol de um dia inteiro
às voltas com sua própria sombra
num duelo único, unânime
no espelho, longe das luzes dos diademas?
Alexander de Carvalho
Desejo
Atrás daquela porta
torta
minha imaginação
comporta
o que calada
minha boca declara
ao salivar espasmos
no encontro
entre dentes e lábios
torta
minha imaginação
comporta
o que calada
minha boca declara
ao salivar espasmos
no encontro
entre dentes e lábios
Manhã Ladrilhada
Duas escovas se trocam dentes
bocejos
nos frios da mesma pia.
Chuveiro de uma só melodia
mistura mornos e pêlos
no sabonete.
Um monograma se borda no outro
cada qual enxugando
o próprio corpo.
Ele perfuma barba
ela inventa maquiagem
uma abelha cai morta no mármore.
Azulejo casando linhas
eu te olho tu me olhas
eu te amo tu me amas
o espelho descasa faces.
Até mais tarde mais ver
adeus
até mais logo
o azul se estilhaça lá fora.
André Luiz Pinto
Retinas cedo
à crontraluz,
o dia, indenso
negro em sol,
raia sem deitar
as lembranças
o luar crescendo nos
móveis, o lamaçal
da cama;
pontífice,
encerremos; ainda
doses de canalha,
silente a rigor,
às costas, outro
poderia ser teu:
a tentativa do azar,
que vence.
Marcia Barroca
Marionetes
Os caminhos, se apresentam
cobertos de musgos
e a energia resultante de tudo
que o atravessa,
é bastante envolvente.
A alegria é torta.
E o começo parece já o fim.
Ecos sobressaem aos gritos
parecendo uma constante
guerra nuclear.
As pessoas passam
sem perceber que estão
envolvidas em algo
muito maior.
cobertos de musgos
e a energia resultante de tudo
que o atravessa,
é bastante envolvente.
A alegria é torta.
E o começo parece já o fim.
Ecos sobressaem aos gritos
parecendo uma constante
guerra nuclear.
As pessoas passam
sem perceber que estão
envolvidas em algo
muito maior.
A manipulação encobre tudo e a todos.
Somos todos marionetes,
fantoches do destino
escárnio dos deuses.
Nada nem ninguém
soma ou diminue algo.
Foi tudo planejado
metodicamente,
como se a ordem pudesse
ser controlada
por computadores.
Parece absurdo, mas não é.
Neste caminho onde
todos os humanos se encontram,
a realidade é sórdida
e somente aqueles que,
se rebelarem
conseguem enxergar
as cordas que
os prendem.
Somos todos marionetes,
fantoches do destino
escárnio dos deuses.
Nada nem ninguém
soma ou diminue algo.
Foi tudo planejado
metodicamente,
como se a ordem pudesse
ser controlada
por computadores.
Parece absurdo, mas não é.
Neste caminho onde
todos os humanos se encontram,
a realidade é sórdida
e somente aqueles que,
se rebelarem
conseguem enxergar
as cordas que
os prendem.
Tenório Telles
Salexistência
Salário
Sal
salga meus sonhos
meus olhos
Sal
que fere
minhas chagas
salmouradas
salgada existência
A vida por um salário
A vida por um salário
salexistência
O sal da terra
salga-nos os ossos.
Wanderlino Teixeira Leite Netto
Certos guardados
Numa prateleira, abrigo a compoteira
que minha mãe ganhou em suas núpcias.
Tem cores múltiplas e uns motivos chineses.
Guardo nela um chumaço de saudade, cacos de vida,
um certo abraço, uma foto esmaecida, guloseimas.
Algumas vezes, pequenas teimas
e uma pálida esperança que trago comigo da mais tenra idade.
Também um sonho que persigo desde antigamente.
Afora uma lembrança impertinente que não vai embora.
que minha mãe ganhou em suas núpcias.
Tem cores múltiplas e uns motivos chineses.
Guardo nela um chumaço de saudade, cacos de vida,
um certo abraço, uma foto esmaecida, guloseimas.
Algumas vezes, pequenas teimas
e uma pálida esperança que trago comigo da mais tenra idade.
Também um sonho que persigo desde antigamente.
Afora uma lembrança impertinente que não vai embora.
O fardo maior
Dos escaninhos da alma a gente leva,
para a luz ou para a treva, não se sabe,
tudo quanto em nós se acabe
com a hora derradeira
desta vida passageira.
Toda emoção que sentimos,
toda dor que consumimos,
o bem e o mal que fizemos,
os erros que cometemos.
Tudo, enfim, que nos afora
tivemos e concebemos,
tudo vai conosco embora,
buscando a felicidade
de uma doce eternidade.
Mas, em toda essa bagagem
essa última viagem
nada pesa tanto quanto
a saudade que levamos
da vida que aqui deixamos.
Dos escaninhos da alma a gente leva,
para a luz ou para a treva, não se sabe,
tudo quanto em nós se acabe
com a hora derradeira
desta vida passageira.
Toda emoção que sentimos,
toda dor que consumimos,
o bem e o mal que fizemos,
os erros que cometemos.
Tudo, enfim, que nos afora
tivemos e concebemos,
tudo vai conosco embora,
buscando a felicidade
de uma doce eternidade.
Mas, em toda essa bagagem
essa última viagem
nada pesa tanto quanto
a saudade que levamos
da vida que aqui deixamos.
Renato Augusto Farias de Carvalho
Fez frio essa noite
Porque um azul-marinho simulador
Desenfeitou a espera
De um fingidor antigo...
Fez frio. Esse de amortecer
A mucosa,
Cama velha sem respaldo,
Madrugada anárquica, meio tísica,
Sem o nosso regaço plural.
Frio de braço singular.
Puro gelo de pranto remoto
Ex-voto
Paralisado inútil,
Sem amor.
Fez muito frio.
Desenfeitou a espera
De um fingidor antigo...
Fez frio. Esse de amortecer
A mucosa,
Cama velha sem respaldo,
Madrugada anárquica, meio tísica,
Sem o nosso regaço plural.
Frio de braço singular.
Puro gelo de pranto remoto
Ex-voto
Paralisado inútil,
Sem amor.
Fez muito frio.
Nunca tive esse desânimo. O que me importa é a escrita em si. Sofreria muito se tivesse que parar de escrever, mesmo se escrevesse apenas para mim.Reconhecimento? Ah, vamos viver, escrever e vibrar sem nos cobrar tanto!
ResponderExcluirSandro querido, anime-se!
Bjs
Belvedere
Entendo o poeta Sandro Rebel!
ResponderExcluirO combustível do artista é o aplauso do público!
Sem essa de viver da propria arte. A gente sempre escreve para os outros ler... A menos que seja um diário íntimo. Mas neste caso não é a arte da palavra.
O poeta quer o povo, quem bem aos leitores e quer sua canção cantada.
O resto é idealismo.
Penso que mais importante que o reconhecimento é um trabalho sincero. Este, se for lido por um já logrou êxito.
ResponderExcluirEscrevemos pelo amor a letra e por vermos coisas que outros não veem.
O desânimo vem quando as pessoas querem algo além do aque a arte pode dar.
Rocco
Vejam vocês!... temos aqui um demiurgo! O elogioso da "L'art pour l'art"!
ResponderExcluirque poeta gostaria de pregar para o deserto!
Poesia foi feita para tocar as pessoas, não para ficar fechada na gaveta com fins onanísticos para o ego do autor.
Isso é egoísmo, não ambição.
Poeta que não aspira algum reconhecimento nasceu morto (até parece que eu não conheço este meio)!
Olga
Bom, se for assim, imagino que a senhora, como cultora (ou cultista) do sucesso com a palavra deveria gostar de estar no lugar do tal Juan Santana, o sertanejo de sucesso.
ResponderExcluirPara que fazer poesia, se seu interesse é o sucesso, o reconhecimento?
Caro Rocco,
ResponderExcluirPoetas não precisam ser palhaços, nem seu contrário (monge em uma cela). Não há delito nenhum em querer ver sua poesia conhecida, nem em sofrer por ela não ter reconhecimento público. Poetas não são deuses! São de carne e osso.
Estimado Kahlmeyer,
ResponderExcluirEntendo o desânimo do Sandro. Também dele (do desânimo, não do Sandro) me torno vítima quando em vez, mas não me permito ser por ele subjugado. Belvedere tem razão!
Grato por publicar o meu poema.
Grande abraço,
Wanderlino
Não falei que se deve escrever e guardar os escritos e sim que a escrita deve ser livre e despretensiosa.
ResponderExcluirBelvedere
Pronto! Estava escrevendo um comentário quilométrico, mas quando cheguei aqui a Belvedere já havia traduzido tudo. Faço minhas as palavras dela.
ResponderExcluirOk. Aceito o cheque-mate.
ResponderExcluirViva os poetinhas de província!
Não se trata de ser poeta de província, mas de fazer poesia com o fim nela mesma, não visando outra coisa diferente dela. Se a arte não for "autotélica", isto é, tiver um "telos" em si mesma, não é arte, é embuste!
ResponderExcluirGosto do seu Blog, professor.
ResponderExcluirAprendo sempre muito com ele.
Os debates tem sempre um nível legal!
Munick
O blog eh irado, mas deveria ter outro nome: pinga-fogo! rsrsrsrsr :p
ResponderExcluir... E depois de tanta boa poesia, a boa música de A Banda mais Bonita da Cidade. Que bom ler e ouvir a postagem de hoje. Minha ponta de desânimo se transformou numa certeza: mesmo que não me leiam nem compreendam, sem poesia não dá!
ResponderExcluirO chuvisco é um doce típico de Campos, que tem de ser preparado de portas e janelas fechadas. Qualquer sopro de vento, lá se vai o creme, desanda a massa. O Sandro nasceu com essa sensibilidade do chuvisco e não teve tempo para perdê-la. Mas não há desanimar. A criação é volátil, a vida é volátil. Qualquer sopro de vento e desandamos e somos atirados fora, como o chuvisco da panela. Se alguma coisa resta, mesmo aproveitável, não tem a menor importãncia.
ResponderExcluirRoberto.
ResponderExcluirO Sandro tem razão em suas queixas.
Todavia, é preciso que o contraponto aos pobres versos (na maioria) dos sertanejos universitários e equivalentes seja uma poesia que se faça entendida e sentida, como em alguns exemplos que você divulgou.
Não esquecendo que entre os chamados e aclamados intelectuais muitos não passam de pretensiosos enganadores.
Abç.
Gilson
Caro Roberto
ResponderExcluirEle está absolutamente certo. Infelizmente!!!
Abraços
Jafran
Roberto Kalhmeyer, ou deveria dizer: Roberto (dínamo) Kalhmeyer!
ResponderExcluirVocê é danadinho mesmo, hein!
Uma postagem atrás da outra, com um nível intelectual excelente!
Fico pensando onde é que vc estava há alguns anos atrás quando gente como Alaor, Dr. Horácio e Dr. Geraldo povoavam a cena literária de Niterói.
Gilson tem razão em contestar a competência de alguns intelectuais. O professor Pedro Demo chamado "Intelectuais e vivaldinos" que expressa bem esta dualidade. Em Niterói temos mais vivaldinos do que outra coisa. Gente que faz uma faminha e nunca mais faz nada...
ResponderExcluirRoberto, é claro que isso não vale para você. A frequencia deste blog mostra que vivaldino aqui não entra.
Acompanho sempre você por aqui. Sinto falta de nossas conversas na sala dos professores.
Andrea
Em minha postagem acima saiu um erro. Eu queria ter dito: "O professor Pedro Demo tem um livro chamado Intelectuais & vivaldinos"...
ResponderExcluiro teclado de meu PC está falhando.
Ave Roberto!
ResponderExcluirSeu sítio poreja poesia. Dá gosto ver, de verdade!
A poesia é mesmo mágica! Vejam só: jovens como Rosaly Fonseca (com seus 20) junto a sábios anciões como o Sobral (com mais de 90?); Celebrados como Armando Freitas Filho ao lado de Neófitos como Alexander de Carvalho; divas como Beatriz, Lena, Latini e Belvedere (como em um quadro de Botticelli)... Isso só a poesia faz!!!
Que bom que Rebel sofreu com as dúvidas, que bom que a conversa (aqui cronicada) aconteceu.
Viva a poesia!!!
Quem são os meninos que cantam?
ResponderExcluirmúsica e letra da boa!
Tá vendo!? Nada como investir na garotada!
O blog elegeu os seus poetas.
ResponderExcluirFica parecendo que apenas esses tem valor em Niterói.
Faltou referenciar gente como Neide Barros Rego, Manita, Lyad de Almeida, Leda Mendes Jorge, Alberto Valle Gracinha Rego, Elisabeth do Valle, Marly Prates, Liane Arêas,Vilmar Lassance,Cyana Leahy...
Não dá para ser parcial assim.
Bela postagem com a poesia de gente tão boa, poetisas e poetas tão bons. E com essa pequena polêmica tratada de forma elegante, na qual todos estão com a razão. E creio que ao escritor resta escrever, escrever, com "sangue e com alma", como disse o sábio acadêmico.
ResponderExcluirUm grande abraço, Roberto.
Carlos Rosa Moreira.
Resposta ao comentário anônimo, supra:
ResponderExcluirToda seleta é sempre limitada (seleção já exclui a ideia de totalidade).
As escolhas de Literatura-Vivência buscam ser, contudo, criteriosas.
Optamos, assim, por privilegiar poetas vivos e evitamos repetir muito autores que já tenham aparecido com poesia no blog. Reservamos, ainda, espaço para os poetas iniciantes com talento inegável. Daí não só alguns nomes reclamados quanto também os de Luís Antônio Pimentel, Sávio Soares de Sousa, José Inaldo Alonso e Wanderley Francisconi Mendes não estarem presentes (embora sejam estes reconhecidos autênticos poetas).
No mais, viver já é avaliar.
É um prazer tê-lo no Literatura-Vivência
Ai Roberto!
ResponderExcluirQue privilégio seria ter ouvido essa sua conversa com o poeta Sandro Rebel!... Poetas e intelectuais são gente tão especial...
Seu blog me tem como nenhum outro...
Sua Laurinha
NÃO APROVO O BLOG FAZER DESCRIMINAÇÃO CONTRA AS LETRAS DE MÚSICA. ELAS SÃO TÃO POESIAS QUANTO AS POESIAS DOS LIVROS. ME PARECEU PRECONCEITUOSO TAMBÉM O COMENTÁRIO CONTRA O LUAN SANTANA. EU O OUÇO E GOSTO. GOSTO NÃO SE DISCUTE.
ResponderExcluirResposta ao comentário de Núbia Magalhães
ResponderExcluirLiteratura-Vivência não aprova qualquer tipo de descriminação, tampouco contra as letras de música. O cancioneiro brasileiro tem letras tão excelentes quanto aquilo que você chama de “poesia dos livros”. Uma evidência disso está nas letras e músicas presentes nos vídeos que costumamos veicular em nossos rodapés.
A querela entre o maior ou menor valor das letras de música é assunto mais que batido, no ano de 1995 a polêmica preencheu páginas inteiras do Caderno B do Jornal do Brasil, mobilizando importantes articulistas da época. Hoje me enfada lembrar da discussão que deu em nada, diga-se de passagem.
Quanto a suas preferências pela música ligeira (no caso específico o “sertanejo universitário”), também estou em inteira concordância contigo, gosto (e as idiossincrasias ligadas ao gosto) não se discute. Entretanto, vale lembrar daquele ensinamento kantiano: gosto se cultiva. (Uma leitura dos doze primeiros parágrafos da “Crítica da Faculdade do Juízo” seria, por assim dizer, terapêutica).
É um prazer tê-la no Literatura-Vivência
Caro Kahlmeyer
ResponderExcluirSou blogueiro desde que este negócio começou.
Há muito tempo eu não vejo um blog tão aquecido quanto o seu!
Iran Fanton
Tenho apreciado muito o Blog. Os comentários dos frequentadores são um capítulo à parte.
ResponderExcluirGostaria de chamar atenção aos comentários do Emmanuel.
Líricos, sensíveis e – certamente – vindo de uma pessoa muito bonita.
Entendo agora o que Ferreira Gullar diz quando afirma que a literatura enriquece a vida das pessoas. Senti-me rica ao ler os dois comentários do Emmanuel.
Parabéns a todos os seguidores do Blog!
Amanda
Caro prof Kahlmeyer,
ResponderExcluirVocê é um grande agitador cultural!
Consegue transformar uma conversa cotidiana em uma ocasião para a comunidade cultural refletir.
Niterói ainda não viu outri igual!
Matheus
Roberto,
ResponderExcluirCertamente haverá canções melhores de se cantar. Isso ocorrerá quando tudo o que é vetusto descer de seus patamares e acatarem de boa vontade o novo; quando todo orgulho encruado e comezinho deixar de posar de figura laureada para reconhecer e favorecer o que tem valor fora de seu circulo egoísta; quando os verdadeiros promotores de cultura virem trabalhos sinceros como o seu e os veiculados aqui e reconhecerem.
Só nesta data poderemos cantar essas boas canções.
Hannah
Tenho um segredo para vcs.
ResponderExcluirTrabalhando em várias faculdades, escrevendo livros, escrevendo para jornais e blogando tão frequentemente, ninguém desconfiou, mas o prof Kahlmeyer é um "X man". Heheheheh
Gostei da música da "Banda mais bonita da cidade", essa rapaziada de curitiba tah mandando veh! Valor e acolhida aos novos talentos!
Fui!...
Imagino o orgulho dessas pessoas em estarem publicadas em um blog literário como o seu.
ResponderExcluirContinue sempre.
Niterói precisa do seu trabalho nas letras, na educação e na filosofia.
Sônia Lobo
Eu escrevo meus rabiscos, nem sei se consigo rabiscar direito, aqui e acolá sai um errinho... gráfico, mas não ligo para isso, o importante é que escrevo, escrevo, escreverei... até que um dia eu acerte todo o meu escrever. Peço ajuda um e outro e assim vou escrevendo...
ResponderExcluirMensagem de CHAPLIN
"Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."
ABRAÇOS DO ALBERTO ARAÚJO
Sobre a polêmica entre Olga, Rocco e Belvedere, tenho a dizer que Rocco pensa exatamente como eu. O escritor que pensa em reconhecimento ao escrever sofre demais e até atrapalha a escrita. A gente deve escrever com tesão, claro, mas sem ficar nessa de ser reconhecido, de sofrer...sem essa! Que possamos fazer o melhor. Se o reconhecimento vier será ótimo, se não vier, que fique pra outra vida. Rsssssssssssssssssss
ResponderExcluirEntendo as preocupações do poeta Rebel. Fazer literatura, arte ou o que quer que seja apenas por amor esperando o reconhecimento na outra vida faz amadores. Não faz escritores profissionais. Antônio Callado era apenas um diletante?
ResponderExcluirFica aqui minha provocação.
Paulo
Há muitos escritores excelentes que não são reconhecidos. Aqui em Niterói podemos citar alguns. Acredito que no anônimo, a menção a outras vidas tenha sido apenas em sentido figurativo. A literatura feita com amor, com paixão, não faz escritores medíocres. Se visitarem alguns blogs verão a quantidade de bons escritores que nunca viram através de mídias. São menores por isso? Não, apenas não têm essa sede midiática.
ResponderExcluirO resto é o resto mesmo! E viva a literatura! Feita por famosos ou não!
Catarina Bernardes
Bacana Catarina!
ResponderExcluirReconheço os bons escritores, mas aqui em Niterói tem muito “arroz de festa”! “Escritores de fim de semana”, “historiadores de arribação” e “intelectuais de churrasco”. Não estou afirmando que o poeta Sandro Rebel se enquadraria em algum desses quadros, afinal, não conheço nada da pessoa nem do trabalho, mas muita gente aqui em Niterói vive para o reconhecimento e só para o reconhecimento e, o pior, os poucos que encontram, às vezes não o merecem.
Ou se faz literatura ou marketing pessoal, os dois não dá!
Ana Mirandòla
Ser escritor profissional soa utópico no Brasil.
ResponderExcluirMarcelo Freitas
Literatura-Vivência garante a livre expressão de comentários dos frequentadores do Blog, mas não necessariamente endossa as opiniões aqui veiculadas, sendo elas de inteira responsabilidade de seus propositores
ResponderExcluirComo já havia dito.
ResponderExcluirHá que se fazer arte pela decisão intima de se fazer arte (literatura). Fazer o que quer que seja para ouvir aplauso dos outros é interesseiro. Um fazer que não tenha uma intensão nele mesmo não é autêntico, fica "safado" como diria o Monteiro Lobato e o Graciliano Ramos...
Rocco
Ah, os poetas! Percebem o mundo com a sensibilidade de uma criança e a sagacidade de um ancião! Por isso o desânimo, o desalento, a desesperança, a dor. Mas também a beleza que poucos tem, o olhar despretencioso e acolhedor, a paciência singular... Não há mal em desanimar-se quando os motivos são nobres. E o caminhar nada profundo da humanidade tem nos dado bons motivos para nos sentirmos assim. Mas quero crer que haverá tempo e espaço para a alegria despojada!! E boas músicas para se ouvir...
ResponderExcluirOlá, Roberto! Como vai? Estava lendo seu artigo com muito interesse, quando tive o que posso chamar de impacto ao ver minha foto e meu poema inseridos. Agradeço o espaço a mim concedido. É uma atitude como essa que faz com que os escritores ganhem uma nova energia para produzir. Escrever é um prazer e até mesmo uma necessidade. O prazer é tanto que ultrapassa os limites do secreto. É um pulsar muito vivo. A indiferença dos leitores ou possíveis leitores pode anestesiar em alguns momentos esse vigor, essa energia. Mas esta não deixa de existir.
ResponderExcluirUm grande abraço!
Interessante a conversa e as ideias sobre ser escritor. Sugiro uma pesquisa sobre a história do escritor italiano Gesualdo Bufalino. Não é muito conhecido entre nós, brasileiros, mas está no Google, é só dar uma olhada. Ler a história dele talvez esclareça muita coisa sobre o que é ser escritor. Outra coisa interessante é dar uma olhada nas entrevistas com grandes escritores. Sugiro Faulkner e Hemingway, dois escritores até o âmago. Procurem saber o que pensavam eles sobre o que é ser escritor. Existem entrevistas ótimas no "As entrevistas da Paris Review". Acredito que estejam também no Google. Sugiro uma leitura e a reflexão sobre o que pensavam e o que diziam esses monstros sagrados sobre ser escritor. Talvez mude algumas ideias. Meu caro Rocco, o espaço não permite aprofundamento na conversa, mas acredito não discordar de você. Deixo, para todos, uma modesta pergunta: Vocês acreditam que Machado de Assis (ou outro grande escritor, Machado está como exemplo máximo), antes de escrever seu primeiro livro, não era escritor?
ResponderExcluirRoberto, mais uma vez parabéns e um grande abraço.
Carlos Rosa Moreira.
Prezado Carlos Rosa,
ResponderExcluirSão ótimas as propostas de pesquisa.
Isso só enriquece o blog. Convido a todos a trocar experiências de leitura, fazendo disso algo habitual neste espaço.
Abraços,
Kahlmeyer
Amado Professor Kahlmeyer,
ResponderExcluirDepois do comentário do mediador logo após ao meu scrap, fiquei preocupada. Critiquei a fauna letrada de Niterói, falei de “intelectuais de churrasco”, estes que entre um pedaço de linguiça e uma asinha grelhada falam coisas “inteligentosas”, e temo ter sido mal interpretada.
Essas críticas não são para você, Kahlmeyer. Julgo que isso não seja preciso dizer, mas digo para evitar a confusão: Kahlmeyer, você sabe bem que de você tenho o melhor dos conceitos (por sua militância na cultura, seriedade na educação e, sobretudo, nível de seu trabalho filosófico). Admiro sua disciplina, sua determinação, sua capacidade de trabalho... de modo que você constitui um modelo para mim (hehehe, esse tipo de coisa a gente só tem coragem de dizer pela internet, mas é verdade).
Ana Mirandòla
Nossa, o comentário que mais agregou. Excelente. Tem que haver provocação. Sempre! Hehehe!
ResponderExcluirGostaria de saber como nosso mediador se posiciona diante dessa divergência de opiniões acerca do fazer pelo fazer e do fazer pelo reconhecimento.
ResponderExcluirOlga
Na condição de mediador, julgo ter a tarefa apenas de mediar. Contudo, se entendermos o mediador não apenas como um administrador, mas como também um animador, então aproveito para colocar aqui uma provocação ao pensamento.
ResponderExcluirTrata-se do fragmento 29 de Heráclito de Éfeso: “Uma coisa preferem os melhores a tudo: a glória eterna às coisas perecíveis; pois a massa está saturada como o gado”.
Caro Roberto,
ResponderExcluirÉ muito bom ver o resultado desse seu trabalho. Ainda bem que você conhece os meandros de ser Professor: percebe-se a sensibilidade (ou a falta dela) seja em sala de aula ou fora.
Como disse Carlos Rosa, uma boa pesquisa pode enriquecer os nossos próprios conceitos. Ouso mencionar o nosso Manoel de Barros, numa apresentação de Egberto Gismonti -
" Poesia não aguenta ideias. Verso não precisa dar noção. Precisa iluminar o silêncio das coisas. Poesia não tem cânone. É igual à açucena ( ... ) Acho que um poeta usa a palavra para se inventar. E inventa para encher sua ausência no mundo. E inventa quase tudo, sendo que só falta o começo e o resto."
Fiquei muito feliz de constatar a participação de tanta gente. Meu afetuoso abraço para o poeta e amigo Sandro e para o filosófo e amigo, esse empreendedor chamado Kahlmeyer.
Hoje é domingo, dia dos pais, e eu estou ganhando meu presente - a poesia viva : os netos adotivos estão chegando para almoçar comigo.
Renato Augusto Farias de Carvalho
Poesia da boa!
ResponderExcluirPara Olga...
ResponderExcluirOlga, o "fazer pelo fazer" e o "fazer pelo reconhecimento", não fazem parte do universo de um escritor. Ouso dizer a você que um escritor de verdade, um escritor de "alma e carne", como disse Murilo Mendes, como diziam Faulkner, Hemingway e muitos verdadeiros escritores, não se situa nesses extremos tão vazios. Fazer pelo fazer, fazer pelo reconhecimento são extremos que, acredito, podem ofender àquele que é um escritor de verdade. Aliás, transporto isso para qualquer arte e, além daqueles artistas que citei acima, convido a refletir sobre Van Gogh. Em toda sua vida vendeu um único quadro. Por que acham que continuava, desesperadamente, a pintar? Acham que fazia por fazer? Acham que fazia pelo reconhecimento? Ou será que algo muito, mas muito maior lhe ia na alma? Assim também acontece com escritores de verdade. É muito pouco escrever pelo reconhecimento; é muito vazio fazer pelo fazer. O que existe é uma necessidade, premente, no coração de cada escritor de verdade, e noções como "reconhecimento" tornam-se pequenas demais, embora desejadas. É preciso refletir minha cara, é preciso pesquisar e conversar muito. Simplificar com pequenos sentimentos mundanos é arriscado.
Gostaria de comunicar a todos os seguidores do Literatura-Vivência que o presente post acaba de completar 500 acessos da tarde de sexta-feira até o presente momento.
ResponderExcluirObrigado por fazerem de nosso blog um empreendimento de sucesso.
500! Parabéns, Roberto, o blog faz diferença.
ResponderExcluirForte abraço.
Karákas prof! 500 comts em dois dias!!!
ResponderExcluirO blog é pop!!
Visibilidade sinistra!
Falou Wanderlino, um dos melhores escritores do Brasil!
ResponderExcluirBelvedere
Falou Carlos Rosa, um cronista de valor imensurável.
ResponderExcluirBelvedere
Amigos, na verdade muita gente boa falou! E o blog bombou! Parabéns, Roberto!
ResponderExcluirBelvedere
Roberto,
ResponderExcluirparabéns pelo sucesso de seu bolg.
A propósito dos debates, escrevi este recado:
Abç. Gilson
Prezado amigo Roberto, /
estás no caminho certo, /
promovendo a discussão /
sobre os textos literários /
– uns nada mais que ordinários –, /
com tanta badalação./
Isso é a nossa cultura:/
a nobre literatura /
não é coisa do povão. /
Apesar disso, contudo, /
não é justo ficar mudo /
ante tal situação./
Mesmo a canção popular /
não deve se consagrar /
porque gera um dinheirão. /
Avante, pois, caro amigo /
inda que corras perigo /
de alguma incompreensão. /
Valeu, Gilson Rolim!
ResponderExcluirBelvedere
Porreira, pá!
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