O nome de Leodegário dispensa apresentação: Professor titular da UFRJ e emérito da UERJ, Presidente de honra da Academia Brasileira de Filologia e Doutor Honoris Causa pala Universidade Fernando Pessoa, no Porto, foi também o mais respeitado estudioso da obra de Camões no Brasil (reconhecimento este extensivo ao estrangeiro). Falecido em 30 de janeiro deste ano, o professor, que fez sua última apresentação pública na Academia Niteroiense de Letras – ANL, em 10 de novembro de 2010, deixou comigo o texto de sua apresentação para que fosse publicado. Cuidei para que este pedido fosse atendido, enviando o paper para uma respeitada revista eletrônica de literatura. Antes, porém, da publicação integral do artigo, veiculo aqui um extrato para que possamos ter uma prévia da excelência deste último inédito da lavra de Mestre Leodegário.
A verdadeira primeira edição de “Os Lusíadas”, por Leodegário A. de Azevedo Filho.
“Editar criticamente um texto significa apresentá-lo ao leitor em sua forma possivelmente originária ou livre de impurezas, pois a edição de um texto, seja ele qual for, sempre está sujeita a lacunas, saltos, lapsos de impressão, de revisão ou de cópia, omissões, transposições, troca de letras ou de palavras, inovações, interpolações, em suma, erros de toda espécie, incluindo-se aqui os decorrentes de ultracorreção e hipercorreção.
No caso da epopéia camoniana, com duas tiragens, além da editio princeps, datadas de 1572, são numerosos e complexos os problemas que se deparam aos estudiosos de crítica textual.
O ideal seria, acrescente-se desde logo, que todos os exemplares da epopéia camoniana, com data de 1572, apresentassem o mesmo texto, sem qualquer variante grave, secundária ou puramente gráfica. Mas isso, bem sabemos, não ocorre, compreendendo-se assim que, ao longo de vários séculos, tão delicada questão textual tenha ocupado um sem número de investigadores, a começar mesmo por M. de Farias e Sousa, o grande editor do século XVII. Como não se ignora, partiu ele de uma tradição textual divergente e mesmo múltipla, confrontando então dois exemplares dessa tradição, embora sem observar neles a posição do colo do pelicano voltada para a esquerda ou para a direita do leitor na portada dos volumes. Como texto-base, escolheu o exemplar que apresentava no sétimo verso da primeira estrofe, no Canto I, a seguinte leitura: (...)”
O texto integral se encontrará publicado, em breve, na Revista Literária Litteris. Confira no seguinte endereço: http://www.revistaliteris.com.br/
Podem se considerar privilegiados todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer, ouvir e aprender com Leodegário A. de Azevedo Filho.
ResponderExcluirParabéns pela postagem prof. Roberto Kahlmeyer-Mertens.
Orlando Mocella (Universidade do Porto)
Oi fessô!
ResponderExcluirVc ainda lembra de sua aluna n 1,5?
Seu blog eh da hora!
O sr eh mesmo flórida!
Ó o auê ai Ó!